EUA anunciam pacote de armas a Taiwan de US$ 1,1 bi; China ameaça retaliar
Anuncio acontece um mês após as repercussões da visita de Nancy Pelosi a Taiwan
Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (2), um novo pacote de armas para Taiwan no valor de US$ 1,1 bilhão, em uma nova tentativa de impulsionar as defesas da ilha em meio às tensões crescentes com Pequim, que ameaçou retaliar se Washington não revogar a decisão.
O anúncio ocorre um mês depois de a presidente da Câmara de Representantes e terceira na linha de sucessão à Casa Branca, Nancy Pelosi, fazer uma visita a Taiwan, despertando a ira da China continental, que fez uma demonstração de força que poderia ser um teste para uma futura invasão da ilha.
O novo pacote, anunciado pelos EUA e que precisa da aprovação do Congresso, inclui US$ 665 milhões para um sistema de radar de alerta remoto para ajudar Taiwan a rastrear os mísseis que se aproximarem, e US$ 355 milhões para 60 mísseis Harpoon avançados, capazes de afundar navios invasores.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse que o pacote é "essencial para a segurança de Taiwan".
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"Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan e que estabeleça, ao contrário, um diálogo significativo" com Taipé, acrescentou.
Segundo o Departamento de Estado americano, os Estados Unidos continuam reconhecendo apenas Pequim, que considera a ilha seu território.
"Esta proposta de venda são assuntos de rotina para apoiar os esforços contínuos de Taiwan para modernizar suas forças armadas e manter uma capacidade defensiva confiável", disse o porta-voz.
"Os Estados Unidos vão continuar apoiando uma resolução pacífica das diferenças através do Estreito, em conformidade com os desejos e os melhores interesses do povo de Taiwan", acrescentou.
Após o anúncio, Pequim ameaçou Washington com "medidas de represália" caso não seja cancelado o pacote que, afirmou, "põe em grave perigo" as relações sino-americanas.
A China tomará "as contramedidas legítimas e necessárias à luz do desenrolar da situação", disse o porta-voz da embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu.