EUA 'apoia' decisão de Israel de cortar vínculos com a UNRWA
Contudo, tanto a ONU quanto muitos Estados-membros insistem que a agência é insubstituível nos territórios palestinos
Os Estados Unidos apoiam a decisão de Israel de cortar todo contato com a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) e forçá-la a deixar Jerusalém, disse a embaixadora interina dos EUA ao Conselho de Segurança nesta terça-feira (28).
"É uma decisão soberana de Israel fechar os escritórios da UNRWA em Jerusalém em 30 de janeiro. Os Estados Unidos apoiam essa decisão", disse Dorothy Shae. Antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca, sua antecessora na ONU havia pedido uma "pausa" na aplicação desta medida.
"Exagerar os efeitos dessas leis e sugerir que isso paralisará todas as operações humanitárias é irresponsável e perigoso", afirmou Shae, acrescentando que a UNRWA "não é e nunca foi a única opção para ajuda humanitária".
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No entanto, tanto a ONU quanto muitos Estados-membros insistem que a agência é insubstituível nos territórios palestinos e a "espinha dorsal" da ajuda humanitária em Gaza.
Os Estados Unidos e vários outros países suspenderam suas contribuições financeiras à UNRWA depois que Israel apresentou denúncias em janeiro de 2024 de que alguns de seus funcionários haviam participado dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Embora a maioria dos doadores tenha retomado o financiamento após uma missão independente que avaliou o trabalho da agência e a demissão de vários funcionários, o Congresso dos EUA aprovou uma lei que proíbe a retomada do financiamento americano.
No entanto, o governo Biden ainda considerava que a agência tinha um papel crucial em Gaza e pediu uma pausa na aplicação da legislação israelense.
Dorothy Shea também expressou preocupação com os relatos de que reféns israelenses libertados teriam sido "mantidos pelo Hamas em instalações da ONU" em Gaza e pediu uma "investigação completa e independente" sobre essas "acusações graves".