EUA: congressistas anunciam votação de pacote de ajuda para Ucrânia de US$ 61 bilhões
Além dos US$ 61 bilhões para a Ucrânia, os projetos de lei alocam mais de US$ 26 bilhões para Israel
O líder republicano da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (17) que será votado um pacote de ajuda militar que inclui US$ 61 bilhões (R$ 321 bilhões) para a Ucrânia, além de bilhões de dólares para Israel e Taiwan.
Prevista para o próximo sábado, a votação poderia resultar em uma ajuda que Kiev pede com insistência para enfrentar a invasão russa, mas também abre um confronto entre o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, e a ala radical do seu partido, que bloqueia há meses a ajuda à Ucrânia, sob influência do ex-presidente e candidato à presidência Donald Trump.
Além dos US$ 61 bilhões para a Ucrânia, os projetos de lei alocam mais de US$ 26 bilhões (R$ 136 bilhões) para Israel, que trava uma guerra contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza e enfrenta o Irã e seus aliados regionais.
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Também incluem US$ 8 bilhões (R$ 42 bilhões) para Taiwan, que a China considera parte de seu território e prometeu retomar à força, se necessário.
"Apoio firmemente esse pacote para dar a Israel e Ucrânia esse apoio crucial", disse o presidente americano, Joe Biden, que pede há meses a renovação da ajuda a Kiev. Uma vez aprovada, "promulgarei essa lei imediatamente para enviar a seguinte mensagem ao mundo: estamos ao lado de nossos amigos e não deixaremos que o Irã ou a Rússia tenham sucesso", acrescentou.
Johnson era pressionado pela Casa Branca e por grande parte do Congresso para permitir que a Câmara votasse um pacote de ajuda a Ucrânia e Israel aprovado pelo Senado. Ele se recusou a colocar o pacote de US$ 95 bilhões (R$ 498 bilhões) em votação e promoveu outra proposta. "Esta é uma mensagem muito importante que vamos enviar ao mundo nesta semana", declarou.
Não está claro se a Câmara, que ele lidera, e o Senado, controlado pelos democratas, vão aprovar a sua proposta. Sua maioria na Câmara é muito apertada, e ele enfrenta uma possível rebelião republicana, já que os conservadores reclamam dos bilhões de dólares já gastos em ajuda desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Se o Partido Republicano não o apoiar, Johnson vai depender dos votos dos democratas para aprovar a ajuda, o que enfureceria os republicanos da linha dura e poderia colocar em risco sua posição de liderança.
Subjugar o povo
Johnson anunciou que a votação vai acontecer no sábado. Biden ressaltou que a ajuda é importante para a segurança dos Estados Unidos.
"Putin quer subjugar o povo da Ucrânia e absorver a sua nação em um novo império russo. O governo do Irã quer destruir Israel para sempre, varrendo do mapa o único Estado judeu do mundo. Os Estados Unidos não devem aceitar isso, não apenas porque defendemos os nossos amigos, mas também porque a nossa segurança também está em jogo", advertiu o presidente americano.
Biden ressaltou que o dinheiro não é um "cheque em branco", uma vez que as armas para a Ucrânia são fabricadas nos Estados Unidos.