EUA 'decepcionado' com decisão da UE de não suspender dívida da Ucrânia
"Seguiremos apoiando-os", declarou a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, manifestou nesta sexta-feira (14) sua "decepção" com os colegas europeus, após a Comissão Europeia não somar-se ao grupo de credores que aceitaram suspender os pagamentos da dívida da Ucrânia por dois anos.
"Eu honestamente diria que estou decepcionada que a Comissão Europeia não tenha se juntado ao grupo de credores para oferecer alívio do serviço da dívida à Ucrânia", disse a secretária econômica de Joe Biden em Washington durante reuniões do FMI e do Banco Mundial.
"A Ucrânia, como todos sabem, enfrenta um enorme déficit de financiamento e precisa de todo nosso apoio", disse Yellen aos ministros das finanças e comissários da UE.
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Um grupo de credores internacionais da Ucrânia, integrado por Canadá, França, Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, assinou um memorando de entendimento em 14 de setembro, que prevê um adiamento do pagamento da dívida da Ucrânia, após um pedido de Kiev.
"A comissão é um órgão multilateral e para tomar tal decisão devemos contar com o consenso de todos os Estados-membros", reagiu nesta sexta-feira o comissário para assuntos econômicos da Comissão Europeia, Paolo Gentiloni, durante uma coletiva após o pronunciamento da secretária do Tesouro americano.
"É por isso que temos um caminho diferente e uma maneira diferente de tratar o tema", acrescentou. Durante as reuniões, o FMI alertou que a Ucrânia enfrenta um déficit orçamentário que pode chegar a 4 bilhões de dólares por mês em 2023.
Yellen recebeu nesta terça-feira o ministro da Economia da Ucrânia, Sergii Marchenko, no Departamento do Tesouro. "Seguiremos apoiando-os", prometeu.