EUA descobriram suposta fraude em compra de coletes por gabinete de intervenção em investigação
Empresa CTU Security, que fechou contrato com governo brasileiro com suposto sobrepreço, forneceu logística militar para derrubar e executar Jovenel Moïse
A investigação sobre a suposta fraude na compra de coletes pelo gabinete de intervenção federal na segurança do Rio — que resultou na deflagração da Operação Perfídia, da Polícia Federal, nesta terça-feira (12) — começou com a cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). Nela, consta a informação de que a empresa americana CTU Security e o governo brasileiro celebraram contrato com suposto sobrepreço de coletes balísticos.
As autoridades americanas investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse, ocorrido em julho de 2021, e descobriram que a empresa CTU Security LLC ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moïse. O plano era substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
Após a comunicação de crime das autoridades americanas, o Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou dois ofícios e dois processos referentes à Tomada de Contas das compras das contratações de coletes balísticos pelo gabinete de intervenção. Foram apontados indícios de conluio entre as empresas e de estas terem conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes pelo gabinete. Foi estimado um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40.
A empresa CTU Security LLC celebrou o contrato nº 79/2018 com o gabinete, após a dispensa de licitação nº 27/2018, no dia 31/12/2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato no dia 23 de janeiro de 2019. Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado no dia 24 de setembro de 2019.
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Além desta contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel deste mercado no Brasil. Tais empresas possuem milhões em contratos públicos.
Interventor investigado
De acordo com o g1, um dos investigados é o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor na segurança do Rio. Ele — que teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça —, porém, não é alvo da operação desta terça.
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão: um em Minas Gerais, dois no Distrito Federal, três em São Paulo e dez no Rio de Janeiro.