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EUA diz que ainda considera Maduro "ilegítimo" após dissolução de governo interino da Venezuela

"Continuaremos aplicando nosso programa de sanções contra o regime de Maduro", disse porta-voz do Departamento de Estado

Presidente Nicolas Maduro em pronunciamento na TV venezuelanaPresidente Nicolas Maduro em pronunciamento na TV venezuelana - Foto: Johnn Zerpa / AFP

Os Estados Unidos ainda consideram Nicolás Maduro o presidente ilegítimo da Venezuela, afirmou nesta terça-feira (3) o Departamento de Estado, que reconhece a autoridade do Parlamento eleito em 2015, de maioria opositora e que recentemente dissolveu o "governo interino" de Juan Guaidó.

"Nossa abordagem a Nicolás Maduro não mudou. Ele não é o líder legítimo da Venezuela. Reconhecemos a Assembleia Nacional de 2015", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, a repórteres. "Continuaremos aplicando nosso programa de sanções contra o regime de Maduro", acrescentou.

Os Estados Unidos não reconhecem Maduro como presidente da Venezuela por considerarem sua reeleição em 2018 fraudulenta. Desde então, Washington apoia o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou "presidente encarregado" em 5 de janeiro de 2019.

Desde então, Guaidó obteve o controle de ativos venezuelanos bloqueados no estrangeiro, mas nunca pôde assumir o poder, apesar de amplo apoio internacional, que vem enfraquecendo.

Na semana passada, Guaidó perdeu ainda mais força: a própria oposição decidiu dissolver o governo interino a partir de 5 de janeiro.

Uma decisão que não mudou a posição americana. No entanto, Washington manteve negociações com o governo Maduro para a troca de prisioneiros e enviou delegados a Caracas em meio à crise do petróleo desencadeada pelas sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Aparentemente, o governo do democrata Joe Biden ignora as últimas declarações de Maduro, que em entrevista garantiu que a Venezuela está "totalmente preparada para dar lugar a um processo de normalização das relações diplomáticas, consulares e políticas" com o Estados Unidos.

"Continuaremos aplicando nosso programa de sanções contra o regime de Maduro", que continuará sendo avaliado com base no que Caracas apresentar "em termos de promover a possibilidade do povo venezuelano alcançar suas aspirações democráticas", acrescentou Price.

Nesse sentido, o porta-voz do Departamento de Estado qualificou como positivas as negociações retomadas no México entre o governo Maduro e a oposição.

O apoio internacional a Guaidó foi acompanhado de sanções contra a Venezuela como mecanismo de pressão contra o governo socialista, que estima que cerca de US$ 24 bilhões de dólares do Estado venezuelano estejam bloqueados no exterior.

"Os membros da Assembleia Nacional estão debatendo como irão supervisionar esses ativos no exterior e continuaremos a ter discussões com eles nessa frente", disse Price.

O porta-voz afirmou que Guaidó "continua como membro da Assembleia Nacional de 2015", que "é a última instituição democraticamente eleita no país".

"Coordenaremos e continuaremos a coordenar com ele como membro da Assembleia Nacional de 2015 e com outros atores democráticos na Venezuela para apoiar o povo venezuelano e suas aspirações por democracia, estado de direito e prosperidade", acrescentou.

Os Estados Unidos continuarão "trabalhando com a comunidade internacional para ajudar a enfrentar a crise venezuelana e avançar para eleições livres e justas na Venezuela, de acordo com os desejos do povo venezuelano", que "precisa de um cronograma claro" para a realização de eleições, concluiu Price.

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