EUA diz que houve retrocesso 'democrático na Venezuela', ao ser perguntado sobre apoio de Lula
Segundo porta-voz do Departamento de Estado, repressão política causou crise humanitária no país
Três dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que as acusações contra o governo do venezuelano Nicolás Maduro serem uma questão de "narrativa", os Estados Unidos reiteraram, nesta quinta-feira, que houve retrocesso democrático na Venezuela.
Em resposta ao Globo, por escrito, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, sem citar Lula ou o Brasil, ressaltou que relatórios produzidos por várias organizações internacionais demonstram ataques persistentes e repressão política naquele país.
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"É importante reconhecer que o retrocesso democrático na Venezuela é real e gerou uma crise humanitária", diz um trecho da nota.
O órgão responsável pela diplomacia americana destacou que a política dos EUA em relação à Venezuela é trabalhar com a comunidade internacional, para enfrentar a situação humanitária e apoiar negociações que levem a eleições livres e justas. Contudo, alertou o porta-voz, "responsabilizaremos os atores envolvidos em corrupção, violação das leis dos EUA ou abuso dos direitos humanos na Venezuela".
"Apoiamos o diálogo entre os atores políticos venezuelanos que conduzam o país rumo a eleições livres e justas e outros direitos cívicos e humanos".
As declarações de Lula foram feitas na última segunda-feira. Na terça-feira, durante uma reunião de presidentes da América do Sul, líderes da região, como o chileno Gabriel Boric e o uruguaio Luis Lacalle Pou, criticaram durante o apoio ao regime de Maduro. Boric disse que a violação aos direitos humanos é uma realidade naquele país e Lacalle Pou afirmou ter ficado surpreso.