INTERNACIONAL

EUA e China criarão grupo de trabalho para questões comerciais

Segundo o Departamento do Comércio Americano os dois países concordaram em criar um grupo de trabalho para "buscar soluções a questões comerciais e de investimentos"

Secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, cumprimenta o embaixador dos EUA na China, Nick BurnsSecretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, cumprimenta o embaixador dos EUA na China, Nick Burns - Foto: Andy Wong / POOL / AFP

Estados Unidos e China anunciaram a criação de um grupo de trabalho para questões comerciais, anunciadas nesta segunda-feira (28) pelo Departamento do Comércio Americano, no momento em que as duas potências internacionais tentam reduzir as bilaterais.

A secretária americana do Comércio, Gina Raimondo, e seu homólogo chinês, Wang Wentao, alcançaram o acordo durante uma reunião com suas delegações em Pequim.

Gina Raimondo é a quarta funcionária do alto escalação do governo Joe Biden que viaja para a China este ano, um sinal de aproximação entre os dois países.

As visitas podem resultar no agendamento de uma reunião entre os dois presidentes, o americano Joe Biden e o chinês Xi Jinping.

Os dois países concordaram em criar um grupo de trabalho para "buscar soluções a questões comerciais e de investimentos", afirma um comunicado divulgado pelo Departamento do Comércio Americano.

O grupo de trabalho se reunirá duas vezes por ano a nível vice-ministerial. O primeiro encontro acontecerá nos Estados Unidos, no início de 2024, segundo o texto.

Também concordaram em estabelecer o que Washington chamou de "troca de informações sobre a aplicação do controle de exportações", apresentada como uma plataforma para "reduzir os mal-entendidos sobre as políticas de segurança nacional dos Estados Unidos".

"Compartilhamos 700 bilhões de dólares (3,4 trilhões de reais na cotação atual) em negociações e eu concordo com você que é profundamente importante que tenhamos uma relação econômica estável", disse a declaração americana ao ministro chinês, segundo um comunicado divulgado pelo Departamento do Comércio.

“É uma relação complicada, uma relação complicada”, acrescentou.

"Nós, é claro, discordamos em algumas questões, mas acreditamos que podemos estabelecer progressos se formos diretos, abertos e práticos", completou.

Os dois se reuniram com suas respectivas equipes, segundo imagens divulgadas pela emissora estatal CCTV.

"Bem-vinda. É um grande prazer iniciar este diálogo para coordenar as áreas de economia e comércio", declarou o ministro chinês do Comércio.

Gina Raimondo desembarcou no domingo em Pequim e foi recebida por Li Feng, diretor do ministério do Comércio para América e Oceania. Ela também pretende visitar a capital econômica chinesa, Xangai.

Tensão comercial
As relações entre os Estados Unidos e a China não estão piorando em várias décadas, em grande parte devido às restrições comerciais americanas.

Washington afirma que as especificações são cruciais para proteger a segurança nacional, mas Pequim considera como medidas uma tentativa de travar o avanço econômico chinês.

Biden prometeu neste mês uma ordem executiva para restrições de investimentos americanos em alguns setores de alta tecnologia da China, o que Pequim chamou de "antiglobalização".

As medidas que devem entrar em vigor no próximo ano envolvem setores como os semicondutores e a Inteligência Artificial.

Gina Raimondo disse às autoridades chinesas nesta segunda-feira que “não há margem de manobra para ceder ou negociar” sobre a segurança nacional dos Estados Unidos.

“Mas a grande maioria das nossas relações comerciais e de investimentos não envolve questões de segurança nacional”, acrescentou.

“Acreditamos que uma economia chinesa forte é uma coisa boa”, reiterou.

A secretária americana do Tesouro, Janet Yellen, também enganou as autoridades chinesas durante uma visita em julho a Pequim, onde prometeu que qualquer nova medida seria aplicada de forma transparente.

Em junho, o secretário de Estado, Antony Blinken, também passou a Pequim, onde se reuniu com Xi Jinping e destacou avanços em vários temas que registram divergências. Um mês depois, o enviado do governo americano para o Clima, John Kerry, visitou a China.

Porém, nenhuma visita rendeu grandes avanços. Além disso, um recente encontro de cúpula em Camp David entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, que em parte tinha o objetivo de confrontar a China, foi muito criticado por Pequim.

Depois do encontro com o presidente sul-coreano e o primeiro-ministro japonês, Biden insistiu que ainda espera ter uma reunião este ano com Xi Jinping.

Biden encontrou o homólogo chinês para o encontro do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em novembro, em São Francisco.

Eles também podem se reunir em setembro em Nova Delhi, durante o encontro de cúpula do G20.

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