EUA e Irã trocam acusações sobre impasse em negociação nuclear
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que os negociadores não retomarão as renegociações até que os EUA resolvam as questões pendentes
Os Estados Unidos e o Irã se culparam mutuamente nesta segunda-feira (4) pelo impasse de semanas que atrasa a retomada do acordo de 2015, que buscava impedir que Teerã desenvolvesse armas nucleares.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, disse que os negociadores do país não retornarão a Viena, local das negociações para retomar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), até que Washington resolva as questões pendentes.
"Não iremos a Viena para novas negociações, e sim para concluir um acordo sobre a questão nuclear. Temos que esperar a resposta de Washington" para as questões pendentes, disse em entrevista coletiva na capital o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Said Khatibzadeh.
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Na véspera, o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir-Abdollahian, estimou que "a bola" estava "no campo dos Estados Unidos", retomando uma frase dos americanos, que disseram no fim de março que a mesma estava "no campo de Teerã".
"Não acho que esse reenvio da bola pode ser classificado de honesto", respondeu hoje o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price. "Todos os envolvidos nas conversas sabem exatamente quem fez as propostas construtivas, quem introduziu os pedidos sem relação com o acordo nuclear e como chegamos até aqui", acrescentou, dando a entender que a responsabilidade pelo impasse é do Irã.
"Acreditamos que ainda é possível superar nossas últimas divergências", disse hoje o porta-voz do Departamento de Estado americano, alertando que "não será mais assim" uma vez que o programa nuclear do Irã se aproxime muito da fabricação de uma bomba.
As negociações de Viena permitiram levantar a maioria dos obstáculos, mas restam alguns.