Acordo nuclear

EUA está pronto para tomar 'decisões difíceis' sobre acordo nuclear iraniano

País busca retomar acordo estabelecido em 2015 e abandonado em 2018, durante o governo Trump

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden  - Foto: Nicholas Kamm / AFP

Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (21) que estão "prontos para tomar decisões difíceis" para salvar o acordo e impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear, mas também se preparam para um possível fracasso das negociações.

Segundo uma fonte próxima ao caso, Teerã exige a retirada dos Guardiões da Revolução - o exército ideológico da República Islâmica do Irã - da lista negra norte-americana de "organizações terroristas estrangeiras". O pedido é um dos últimos obstáculos a ser contornado para que o acordo de 2015 seja retomado.

Questionado sobre o assunto, o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, recusou-se a detalhar "quais sanções estamos dispostos ou não a suspender".

Mas "estamos prontos para tomar decisões difíceis" que busquem "retomar o programa nuclear iraniano dentro de seus limites" estabelecido pelo acordo de 2015, assegurou, enquanto Israel e a direita americana estão alarmados com a possível retirada da Guarda Revolucionária iraniana deste lista negra.

O acordo nuclear iraniano possibilitou o levantamento das sanções econômicas que pesavam sobre o Irã em troca de restrições claras às suas atividades nucleares, que deveriam ser mantidas estritamente civis e pacíficas, sob supervisão internacional. Mas, durante a presidência de Donald Trump, que o considerou insuficiente, os Estados Unidos deixaram o acordo em 2018 e restabeleceram as sanções.

Em resposta, Teerã voltou a ignorar os limites do programa atômico.

Desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca no ano passado, as negociações vêm ocorrendo em Viena para salvar o acordo, propondo o levantamento das sanções dos EUA em troca do retorno do Irã ao texto.

"Houve um progresso significativo nas últimas semanas, mas quero dizer claramente que um acordo não é iminente nem certo", revelou Price, moderando o otimismo que prevaleceu entre os negociadores desde o início de março.

"Nos preparamos da mesma forma para todos os cenários, com ou sem retorno mútuo ao pleno respeito" do acordo, alertou. "O presidente Biden, enquanto estiver no poder, assumiu o compromisso de que o Irã não será autorizado a ter uma arma nuclear, e esse compromisso é real e forte, com ou sem acordo".

Price especificou que o negociador americano Rob Malley não havia retornado a Viena desde a pausa decidida há dez dias nas negociações. "No passado, descobrimos que os negociadores iranianos têm o hábito de fazer uma pausa durante o feriado de Noruz", o Ano Novo iraniano comemorado no domingo, acrescentou o porta-voz, sem poder dizer quando as discussões serão retomadas.

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