EUA faz apelo por trabalho conjunto com a China para solucionar problemas globais
Viagem da funcionária de alto escalão do governo americano a Pequim é parte dos esforços de Washington nos últimos meses para tentar reduzir as tensões com a segunda maior economia do mundo
A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, pediu, nesta terça-feira (29), ao primeiro-ministro da China que os dois países trabalhem em conjunto para solucionar problemas de interesse mundial, como a mudança climática ou o avanço da Inteligência Artificial.
A viagem da funcionária de alto escalão do governo americano a Pequim é parte dos esforços de Washington nos últimos meses para tentar reduzir as tensões com a segunda maior economia do mundo.
A secretária teve reuniões nesta terça-feira com autoridades chinesas, incluindo o primeiro-ministro Li Qiang, e enfatizou a importância de uma comunicação aberta entre as duas potências.
Gina Raimondo destacou áreas de "preocupação global", como a mudança climática, a Inteligência Artificial ou a crise de fentanil, e disse a Li que Washington deseja "trabalhar como duas potências globais para fazer o que é correto para toda a humanidade".
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"O mundo espera que façamos mais, juntos, para resolver estes problemas", disse.
Ela também reiterou a mensagem do governo dos Estados Unidos de que não está buscando desvincular o país da economia da China.
"Buscamos manter nossa relação comercial de 700 bilhões de dólares com a China, e esperamos que esta relação possa proporcionar estabilidade à relação geral", disse.
A secretária do Comércio também se reuniu nesta terça-feira com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, e descreveu a relação comercial entre os dois países como "uma das mais importantes do mundo".
"Administrar esta relação de maneira responsável é fundamental para nossas duas nações e, de fato, para todo o mundo", afirmou na parte da reunião aberta aos jornalistas.
Ela também ressaltou que Washington "nunca comprometeria a proteção da nossa segurança nacional", mas acrescentou que o governo dos Estados Unidos não pretende "frear a economia da China".
O vice-premiê disse que Pequim está disposto a trabalhar em "novos esforços positivos para manter o consenso econômico e aumentar a cooperação".
Gina Raimondo também deve visitar a capital econômica do país, Xangai, antes de retornar aos Estados Unidos na quarta-feira.
"Reduzir mal-entendidos"
As relações entre as duas potências estão no pior nível em várias décadas, em grande parte devido às restrições comerciais americanas.
O presidente Joe Biden promulgou este mês uma ordem executiva para restringir determinados investimentos americanos em alguns setores delicados de alta tecnologia da China, o que Pequim chamou de "antiglobalização".
As novas medidas, que devem entrar em vigor no próximo ano, afetam setores como os semicondutores e a Inteligência Artificial.
A viagem da secretária de Comércio, no entanto, também serve a Washington para ter discussões mais francas com Pequim sobre tais políticas.
Em uma reunião na segunda-feira entre Gina Raimondo e o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, os dois aprovaram a criação do que Washington chama de "troca de informações para reduzir os mal-entendidos sobre as políticas de segurança nacional dos Estados Unidos".
Wang, no entanto, expressou "preocupações sérias" sobre questões como as tarifas americanas sobre bens chineses, suas políticas de semicondutores, as restrições aos investimentos em ambas as direções, os subsídios discriminatórios e as sanções contra empresas chinesas".
Washington defende tais políticas como necessárias para "eliminar o risco" em suas cadeias de suprimento, mas Wang advertiu que "vão contra as regras do mercado e o princípio da concorrência justa e só prejudicam a segurança e estabilidade da indústria global e das cadeias de suprimentos".