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EUA garantem ao México que não planejou captura do chefe do cartel de Sinaloa

Zambada, de 76 anos, foi preso na última quinta-feira junto com Joaquín Guzmán López, filho do traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán

As autoridades mexicanas não participaram da prisão de Ismael "Mayo" Zambada, cofundador do cartel de Sinaloa, e filho de Joaquin "El Chapo" Guzman, no Texas, por autoridades dos EUA, anunciou a secretária de Segurança mexicana As autoridades mexicanas não participaram da prisão de Ismael "Mayo" Zambada, cofundador do cartel de Sinaloa, e filho de Joaquin "El Chapo" Guzman, no Texas, por autoridades dos EUA, anunciou a secretária de Segurança mexicana  - Foto: Alfredo Estrella/AFP

Os Estados Unidos negaram ter planejado a captura do narcotraficante Ismael "El Mayo" Zambada, informou o governo mexicano nesta segunda-feira (29), corroborando a versão de que o líder do cartel de Sinaloa foi traído por seus sócios.

Zambada, de 76 anos, foi preso na última quinta-feira junto com Joaquín Guzmán López, filho do traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, atualmente preso, após pousarem em um avião particular em um aeroporto próximo a El Paso (Texas).

No entanto, os agentes que efetuaram a prisão não planejaram aquele voo e não tinham conhecimento de que Zambada estava na aeronave.

Os Estados Unidos ofereceram por ele uma recompensa de 15 milhões de dólares (cerca de R$ 85 milhões), segundo um relatório entregue por Washington a pedido do México, que não participou da operação.

A informação de que El Mayo viajava no avião foi recebida cerca de duas horas antes do pouso em Santa Teresa, localidade próxima a El Paso, conforme o documento lido nesta segunda à imprensa pela secretária de Segurança mexicana, Rosa Icela Rodríguez.

As autoridades americanas estavam à espera da chegada e prenderam os passageiros após o desembarque.

Posteriormente, confirmaram que se tratava de Zambada, cofundador do cartel de Sinaloa juntamente com El Chapo na década de 1980.

O relatório apresentado por Rodríguez revela que autoridades dos Estados Unidos foram informadas "em vários benefícios anteriores" de que Guzmán López estava considerando se entregar à justiça americana, mas nunca tinha concretizado tal intenção.

Na manhã da última quinta-feira, um novo relatório indicou que Guzmán López planejava entregar ao entrar no território americano naquele mesmo dia em um voo particular, acrescenta o documento, sem detalhar onde Zambada, que nunca havia sido preso, embarcou no avião.

Após a captura dos dois chefes, surgiram relatos na imprensa de que Ovidio Guzmán, outro filho de El Chapo e atualmente preso nos Estados Unidos, teriam sido tornados testemunhas protegidos. Washington esclareceu que ele continua sob sua custódia.

Enquanto isso, Rodríguez informou que o Ministério Público mexicano abriu uma investigação para esclarecer "os crimes que podem ter ocorrido" em torno da viagem dos narcotraficantes.

Veículos americanos, com base em fontes judiciais, apontam que Zambada teria sido traída por Guzmán López, que aparentemente o convenceu a embarcar no avião com destino ao norte do México, mas que acabou pousando no país vizinho.

Segundo a agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA), "Los Chapitos", como são conhecidos os filhos de El Chapo, estão "em uma batalha interna" contra El Mayo, que "não gozam de boa saúde" e teriam perdido o poder na organização criminosa.

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