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EUA

EUA negam ter rejeitado entrada de pesquisador francês por sua opinião sobre Trump

Autoridades americanas alegam que homem possuía "informação confidencial" de um laboratório conhecido por suas pesquisas nucleares

Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Donald Trump fez uma série de anúncios impactantes contra a comunidade científicaDesde que voltou à Casa Branca em janeiro, Donald Trump fez uma série de anúncios impactantes contra a comunidade científica - Foto: Mandel NGAN / AFP

Os Estados Unidos negaram, nesta sexta-feira, ter rejeitado a entrada de um pesquisador francês devido às suas "convicções políticas" e o acusaram de possuir "informação confidencial" de um laboratório conhecido por suas pesquisas nucleares.

O governo francês lamentou na quarta-feira que, em 9 de março, um pesquisador francês foi impedido de entrar no país para participar de uma conferência sobre o espaço em nome do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) no Texas.

— Essa medida teria sido tomada pelas autoridades americanas porque o telefone desse investigador continha conversas com colegas e amigos nas quais expressava uma opinião pessoal sobre a política realizada pela administração Trump em matéria de pesquisa — declarou o ministro francês de Educação Superior e Pesquisa, Philippe Baptiste.

A afirmação de que se baseou "em convicções políticas é totalmente falsa", respondeu um porta-voz do Departamento de Segurança Nacional em uma nota solicitada pela AFP.

"O pesquisador francês em questão estava em posse de informações confidenciais contidas em um dispositivo eletrônico e originário do laboratório nacional de Los Álamos, em violação a um acordo de confidencialidade", afirmou a mesma fonte.

"Ele reconheceu tê-las conseguido sem autorização e tentou esconder o fato."

O laboratório nacional de Los Álamos, localizado no Novo México e fundado pelo pai da bomba atômica, Robert Oppenheimer, realiza pesquisas sobre armas nucleares.

Segundo uma fonte diplomática francesa, o pesquisador foi submetido a um controle aleatório em sua chegada, durante o qual se rastreou seu computador profissional e seu telefone. Eles o repreenderam por mensagens "que traduzem um ódio contra Trump e podem ser qualificados como terrorismo".

As autoridades confiscaram seu material profissional e pessoal e o enviaram de volta à Europa em 10 de março.

A Academia de Ciências francesa pediu nesta sexta-feira às instituições científicas internacionais que "denunciem um deriva autoritária prejudicial para a ciência".

Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Donald Trump fez uma série de anúncios impactantes contra a comunidade científica, como drásticos cortes orçamentários e a censura de alguns temas nas pesquisas subsidiadas.

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