Logo Folha de Pernambuco

AMÉRICA

EUA pede acesso de eleitores 'a urnas' e apuração transparente na Venezuela

País considera fraudulenta a reeleição de Maduro

Casa Branca Casa Branca  - Foto: Karen Bleier/AFP

O governo do presidente Joe Biden quer que os venezuelanos tenham pleno acesso "às urnas" no domingo (28) e que seus votos sejam contabilizados "com precisão e transparência", afirmaram nesta sexta-feira (26) funcionários americanos.

A Venezuela elegerá seu presidente neste domingo entre dez candidatos, dos quais apenas dois têm possibilidades. Estes são o mandatário chavista Nicolás Maduro, no poder desde 2013, e o opositor Edmundo González Urrutia, representante da líder opositora María Corina Machado, que não pôde concorrer por causa de uma inabilitação política.

Os Estados Unidos, que não mantêm relações com a Venezuela por considerarem fraudulenta a reeleição de Maduro, insistem em que as eleições sejam transparentes.

"O essencial hoje [...] é que se permita aos venezuelanos pleno acesso às urnas", declarou a jornalistas um funcionário do governo americano que pediu anonimato.

"Os Estados Unidos não vão prejulgar o resultado destas eleições", mas é "vital" que "reflitam a verdadeira voz do eleitorado, livre de manipulação e coerção", afirmou.

Os venezuelanos "devem poder votar com segurança e que seus votos sejam contabilizados com precisão e transparência na presença de testemunhas, como estipula a legislação venezuelana", reiterou outro alto funcionário, que também pediu anonimato.

O governo americano "está preparado para trabalhar com o vencedor destas eleições, sempre e quando houver um processo eleitoral transparente e justo, que seja verificado por observadores nacionais e internacionais", afirmou o primeiro funcionário.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, denunciou nesta sexta-feira que autoridades venezuelanas impediram a decolagem de um voo que deveria transportar ex-governantes latino-americanos para atuarem como observadores.

Washington pede "que se reconsidere essa decisão e permita maior presença internacional, em particular dos ilustres ex-presidentes da região", declarou o segundo funcionário.

Segundo os integrantes do alto escalão do governo americano, se Maduro perder, os Estados Unidos estariam dispostos a apoiar um período pós-eleitoral "pacífico e negociado e a considerar medidas que facilitem uma transição pacífica de poder".

A administração Biden apostou pela diplomacia do diálogo com Caracas, mas mantendo as principais sanções, em contraposição à linha-dura de seu antecessor republicano Donald Trump, novamente candidato à Casa Branca nas eleições de novembro.

Como moeda de troca, Biden usou as sanções, afrouxando-as como recompensa a compromissos ou concessões de Maduro, e as recolocando quando Caracas não cumpriu suas promessas.

Agora, "os Estados Unidos estão preparados para calibrar nossa política de sanções em função dos acontecimentos que possam se desenvolver na Venezuela", afirmou o primeiro funcionário.

Washington tomará uma decisão baseando-se não apenas em um resultado verificável, mas no cenário pós-eleitoral até a posse, esperada para janeiro, ou seja, levará muito em conta se há "repressão política ou represálias", acrescentam as fontes.

Segundo a ONG de direitos humanos Foro Penal Venezolano, desde janeiro ocorreram "149 prisões arbitrárias por motivos políticos", dos quais 135 "estão diretamente vinculados" com a campanha de González Urrutia.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter