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MUNDO

EUA pedem manutenção dos limites de armas nucleares da Rússia, de olho na China

Último tratado de controle de armas entre Washington e Moscou, o Novo Start, está prestes a expirar, em 2026

O presidente americano, Joe Biden, ao lado de Antony Blinken, ao centro, e Jake Sullivan O presidente americano, Joe Biden, ao lado de Antony Blinken, ao centro, e Jake Sullivan  - Foto: Brendan Smialowski / AFP

Os Estados Unidos dizem estar dispostos a respeitar os limites do número de ogivas nucleares estabelecidos pelo acordo de não-proliferação Novo Start, "desde que a Rússia faça o mesmo", disse nesta sexta-feira Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

Sullivan garantiu que, apesar das tensões, o governo americano está disposto a discutir a não-proliferação nuclear com a Rússia e a China "sem pré-condições", embora tenha destacado que Pequim "não demonstrou vontade" de fazê-lo até agora.

A declaração do Conselheiro de Segurança Nacional foi feita na reunião anual da Associação Nacional de Controle de Armas, em Washington, ao descrever a tentativa do governo de Joe Biden de enfrentar o que chamou de rachaduras "substanciais" e "profundas" na paisagem nuclear do pós-Guerra Fria.

Com o último tratado de controle de armas entre os dois países, o Novo Start, prestes a expirar em 2026, Sullivan disse que os Estados Unidos estão ansiosos para assinar um novo acordo. Enquanto isso, porém, Washington quer que as duas principais potências nucleares do mundo preservem o núcleo desse tratado — um limite de 1.550 ogivas para cada.

— Estamos preparados para manter os limites centrais enquanto a Rússia o fizer — disse Sullivan nesta sexta-feira.
 

A Rússia anunciou, em fevereiro, que suspenderia a sua participação no Novo Start, após reclamações do governo americano de que Moscou se recusava a permitir a entrada de inspetores em seu território. Em seu discurso anual, o presidente Vladimir Putin disse que, embora não vá retirar completamente a Rússia do tratado, não permitiria mais que os países da Otan (aliança militar do Ocidente) inspecionassem o arsenal de seu país, enquanto os países enfrentam tensões relacionadas à guerra na Ucrânia.

Ao contrário da Guerra Fria, quando havia apenas duas potências nucleares globais, o futuro do controle de armas girará em torno do arsenal em rápida expansão da China e da presença global, reiterou Sullivan.

— Até 2035, (a China) está a caminho de ter até 1.500 ogivas nucleares, um dos maiores acúmulos nucleares em tempos de paz na história, o que significa que os Estados Unidos precisarão deter duas potências nucleares quase equivalentes pela primeira vez — afirmou. — Também estamos prontos para enfrentar a China sem pré-condições.

Ao se oferecer para reconstruir os tratados de controle de armas, Sullivan enfatizou que os Estados Unidos irão melhorar suas forças nucleares.

— O aumento responsável de nossas capacidades de dissuasão nos permite negociar o controle de armas a partir de uma posição de força.

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