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EUA quer acabar com a guerra entre Israel e Hezbollah "o mais rápido possível"

O Ministério da Saúde libanês reportou seis mortos nesta segunda-feira

Pessoas deslocadas que fugiram do bombardeio israelense nos subúrbios ao sul de Beirute acendem fogo enquanto entram em confronto com as forças de segurança libanesasPessoas deslocadas que fugiram do bombardeio israelense nos subúrbios ao sul de Beirute acendem fogo enquanto entram em confronto com as forças de segurança libanesas - Foto: Ibrahim Amro / AFP

Os Estados Unidos asseguraram, nesta segunda-feira (21), que buscam colocar fim à guerra entre Israel e Hezbollah "o mais rápido possível" e exigiram que uma resolução da ONU seja aplicada, obrigando o grupo islamista pró-iraniano a se retirar do sul do Líbano.

O enviado americano Amos Hochstein manteve conversas na capital libanesa com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, em um esforço para acabar com uma guerra que já deixou mais de 1.489 mortos no Líbano em menos de um mês.

O Ministério da Saúde libanês reportou seis mortos nesta segunda-feira, incluindo uma criança, em um bombardeio israelense na cidade de Baalbek, no leste, além das mortes de quatro socorristas nas últimas 24 horas no sul do país.

"Vincular o futuro do Líbano a outros conflitos na região não era e nem é do interesse do povo libanês", disse Hochstein, referindo-se à demanda do Hezbollah de que qualquer cessar-fogo no Líbano esteja condicionado ao fim da guerra na Faixa de Gaza.

Hochstein também afirmou que a resolução 1701 da ONU, que encerrou em 2006 a guerra entre Israel e Hezbollah, deveria ser base para um novo cessar-fogo, mas que nenhuma das partes "fez nada para implementá-la".

De acordo com a resolução 1701, apenas o exército libanês e a força de manutenção da paz da ONU, a Unifil, podem se deslocar nas áreas ao sul do rio Litani, perto da fronteira israelense.

Apesar dessa resolução, o Hezbollah continua presente no sul do Líbano e, em outubro do ano passado, começou a disparar foguetes a partir da fronteira contra Israel, em apoio ao seu aliado palestino Hamas.

Novo giro de Blinken 
Os confrontos nos dois lados na fronteira começaram após a incursão, em 7 de outubro de 2023, de combatentes do Hamas que mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses e que inclui os reféns que morreram em cativeiro em Gaza.

Das 251 pessoas sequestradas no ataque, 97 permanecem retidas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército.

O ataque desencadeou a guerra em Gaza que já matou 42.603 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde no território administrado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU.

Em setembro, Israel expandiu o conflito para o Líbano, prometendo combater o Hezbollah até garantir a segurança da sua fronteira norte, mas o movimento libanês disse que não encerrará sua luta até que seja alcançado um cessar-fogo em Gaza.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciará na terça-feira uma nova visita ao Oriente Médio para tentar impulsionar as negociações e evitar uma escalada regional, após Israel prometer responder a um ataque do Irã com mísseis contra seu território em 1º de outubro.

A polícia de Israel anunciou nesta segunda-feira que prendeu sete israelenses acusados de espionagem em nome de Teerã, em "um dos casos mais graves dos últimos anos", segundo o Ministério da Justiça.

O governo sírio afirmou que dois civis morreram em um ataque aéreo israelense contra um distrito de embaixadas na capital, Damasco.

Grupo financeiro atacado
Após ter debilitado o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, Israel transferiu a maior parte de suas operações para o Líbano, com o objetivo de permitir que cerca de 60.000 israelenses deslocados pelos disparos de foguetes do grupo xiita possam retornar para suas casas.

O chefe do Estado-Maior do exército israelense, Herzi Halevi, indicou nesta segunda-feira que suas forças atingiram cerca de 30 alvos relacionados à organização financeira Al Qard Al Hasan, vinculada ao Hezbollah, a qual Israel acusa de financiar o armamento do grupo.

Entre esses alvos havia um bunker que continha "dezenas de milhões de dólares" em dinheiro e ouro, indicou o exército.

A ONU, por sua vez, condenou os "danos consideráveis" causados em instalações civis pelos bombardeios.

Israel também afirmou ter bombardeado cerca de 300 alvos do Hezbollah no Líbano nas últimas 24 horas e anunciou novos ataques "nas próximas horas".

A agência de notícias oficial libanesa (ANI) indicou que o exército israelense dinamitou casas no vilarejo fronteiriço de Aita al Shaab nesta segunda-feira, além de informar sobre confrontos entre o Hezbollah e o exército israelense, "que tenta avançar sobre o terreno" na área.

O Hezbollah disse que disparou uma bateria de foguetes contra soldados israelenses que estavam perto desta localidade e que atacou uma base israelense de inteligência perto de Tel Aviv.

A Alemanha, por sua vez, exigiu explicações a Israel após a Unifil ter denunciado no domingo que o exército israelense "demoliu deliberadamente" uma de suas torres de observação.

Israel mantém simultaneamente sua ofensiva em Gaza e lançou uma importante campanha aérea e terrestre no norte do território palestino em 6 de outubro, com o objetivo, segundo seu exército, de evitar que os combatentes do Hamas se reagrupem.

Segundo a agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA, pelo menos 400.000 pessoas estão presas no norte do território palestino.

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