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Acordo nuclear

EUA respondem ao Irã e renovam esperança de acordo nuclear

Acordo nuclear de 2015 havia sido desfeito durante o governo do ex-presidente americano Donald Trump

CapitólioCapitólio - Foto: Eric Baradat / AFP

Os Estados Unidos responderam nesta quarta-feira (24) às sugestões do Irã para uma retomada do acordo nuclear de 2015, desmantelado pelo ex-presidente americano Donald Trump e cujo retorno parece ganhar impulso.

Semanas depois de o texto parecer morto, a União Europeia (UE) propôs no dia 8, como fórmula final, aliviar as sanções contra o Irã e que o mesmo possa vender petróleo em troca da redução do seu programa nuclear.

O Irã sugeriu na semana passada mudanças, às quais os Estados Unidos responderam formalmente nesta quarta-feira, um dia depois de Teerã ter acusado o país inimigo de provocar obstruções.

Irã, Estados Unidos e UE confirmaram a resposta de Washington, mas nenhum a discutiu imediatamente com profundidade. "Recebemos os comentários do Irã sobre o texto final proposto pela UE", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price. "Nossa revisão desses comentários já foi concluída. Respondemos hoje à UE", acrescentou.


Revisão minuciosa

O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou nesta quarta-feira que recebeu da UE as respostas dos Estados Unidos "sobre as questões pendentes nas negociações para o levantamento das sanções. O processo de revisão minuciosa das opiniões dos EUA começou, e a República Islâmica do Irã irá anunciar ao coordenador sua opinião neste contexto após concluir sua revisão", disse o porta-voz da chancelaria Nasser Kanani.

Israel, inimigo do Irã, manifestou-se contra. O premier do país, Yair Lapid, alegou que Teerã poderá levantar bilhões de dólares que serão destinados a "desestabilizar o Oriente Médio, fortalecendo o Hezbollah, Hamas e a Jihad Islâmica". Ele ressaltou que não é, "por definição, contra um acordo, e sim contra esse acordo".

Lapid prometeu preservar a cooperação com os Estados Unidos, um aliado crucial de Israel, e evitou a postura de confronto adotada pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se uniu abertamente aos rivais republicanos do então presidente Barack Obama para fazer campanha contra o acordo assinado em 2015.

O assessor de Segurança Nacional de Israel, Eyal Hulata, manteve conversas em Washington. Seu colega americano, Jake Sullivan, garantiu ontem que os Estados Unidos se comprometem a "manter e reforçar as defesas de Israel e a garantir que o Irã nunca adquira uma arma nuclear”.

As negociações sobre o programa nuclear iraniano, que já duram 16 meses, mas foram suspensas e retomadas no início de agosto, visam a salvar o acordo entre Teerã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), além da Alemanha.

O presidente americano, Joe Biden, ordenou ontem ataques aéreos contra bases de milícias pró-Irã no leste da Síria "afiliadas" à Guarda Revolucionária iraniana. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os ataques destruíram infraestrutura, em "resposta direta" ao ataque de 15 de agosto contra um pequeno contingente de tropas americanas na Síria.

"Não buscamos uma escalada, mas continuamos preparados para responder a qualquer ameaça em andamento", assinalou Kirby. O Irã classificou o ataque como terrorista e negou que seus alvos tivessem ligação com Teerã.

Segundo Kirby, os Estados Unidos permaneceram firmes em outro ponto da disputa: o de que o Irã coopere com o órgão de controle nuclear da ONU para esclarecer as suspeitas envolvendo trabalhos anteriores em três locais não declarados.

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