EUA restringem visto a 100 funcionários da Nicarágua
Centenas de opositores foram presos na Nicarágua no contexto da repressão que se agitou aos protestos de 2018
Os Estados Unidos restringiram o acesso de 100 funcionários municipais da Nicarágua ao visto, devido “a ataques” às liberdades civis, anunciou nesta sexta-feira o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
Centenas de opositores foram presos na Nicarágua no contexto da repressão que se agitou aos protestos de 2018 contra Ortega, que está no poder desde 2007 e que foi reeleito sucessivamente nas eleições questionadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
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O Departamento de Estado informou em comunicado que impôs “restrições de vistos a 100 funcionários municipais da Nicarágua por seu papel no apoio aos ataques do regime de Ortega aos direitos humanos e às liberdades fundamentais e à repressão às organizações da sociedade civil”.
Desde agosto, Ortega e a vice-presidente, Rosario Murillo, sua mulher, fecharam e confiscaram bens da Universidade Centro-Americana (UCA), jesuíta, e do Instituto Centro-Americano de Administração de Empresas, dois centros de grande prestígio. Além disso, “miraram em instituições acadêmicas independentes, afetando os sonhos dos nicaraguenses que buscam construir um futuro melhor em seu país”, acrescenta o comunicado.
Washington informou que restringiu o acesso de mais de 1.000 funcionários nicaraguenses ao visto, “incluindo aqueles envolvidos em abusos de direitos humanos, na repressão a vozes independentes e em corrupção”.
Blinken voltou a pedir a Manágua que liberte “aqueles que estão presos injustamente por seu apoio corajoso a uma sociedade civil livre e à liberdade de consciência, incluindo o Bispo Rolando Álvarez”.
O chefe da diplomacia americana alertou o governo Ortega que os Estados Unidos continuarão a trabalhar “com a comunidade internacional para promover a prestação de contas daqueles que minam a democracia” e apoiar “as liberdades fundamentais do povo nicaraguense”.