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Crise Internacional

EUA revoga oficialmente status comercial da Rússia e abre porta a taxas punitivas

País também irá regulamentar a proibição de importação do petróleo russo, a fim de pressionar Vladimir Putin

Capitólio, nos Estados UnidosCapitólio, nos Estados Unidos - Foto: Chip Somodevilla/Getty Images via AFP

O Congresso dos Estados Unidos aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (7), encerrar as relações comerciais normais com Moscou e Belarus, além de regulamentar a proibição de importação de petróleo russo, abrindo caminho para que a Casa Branca imponha novas medidas de pressão sobre o presidente Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia.

O Senado dos Estados Unidos e a Câmara dos Representantes aprovaram a revogação do status comercial da Rússia e de Belarus, em uma rara demonstração de coesão bipartidária do Congresso.

A medida, que revoga o princípio de reciprocidade comercial da "cláusula da nação mais favorecida", permitiria que os países ocidentais imponham aumentos acentuados nas tarifas sobre os produtos russos.

O projeto de lei do Congresso também requer que os Estados Unidos solicitem a suspensão da Rússia da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Para os Estados Unidos, somente outros dois países estão atualmente excluídos deste princípio de reciprocidade: Cuba e Coreia do Norte.

Em coordenação com os aliados europeus, o presidente democrata Joe Biden anunciou a iniciativa em um discurso no mês passado em que argumentou que a Rússia deve "pagar o preço" pelo derramamento de sangue na Ucrânia. Os russos negam as acusações de que cometeram atrocidades contra civis ucranianos.

"Putin deve prestar contar pelos detestáveis e nojentos crimes de guerra que está cometendo contra a Ucrânia: as imagens que vimos do país... É simplesmente maldade", afirmou o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer.

As relações comerciais normais permanentes (PNTR), segundo o nome dado pelos Estados Unidos, são um princípio-chave da OMC conhecido como status de nação mais favorecida. Exige que os países garantam mutuamente a igualdade de tarifas e tratamento regulatório.

As últimas sanções comerciais - que também se aplicam a Belarus, aliada da Rússia - culminam em várias rodadas de medidas destinadas principalmente a romper os laços econômicos e financeiros de Moscou com o resto do mundo.

Também incluem a proibição das importações de petróleo russo, o embargo dos ativos de bilionários ligados a Putin e o congelamento das reservas do país no exterior.

No ano passado, os Estados Unidos importaram da Rússia cerca de US$ 30 bilhões em produtos, incluindo US$ 17,5 bilhões em petróleo, ao qual Washington acaba de impor um embargo total.

Também nesta quinta-feira, o Congresso votou a favor da proibição de importação de energia russa, seguindo os passos do presidente Biden, que anunciou um embargo a esses materiais por decreto no início de março.

Na quarta-feira, os Estados Unidos adotaram medidas para bloquear investimentos estrangeiros na Rússia e nas empresas estatais e aplicou novas sanções aos bancos e funcionários do alto escalão de Moscou.

Tudo isso se soma a várias salvas de medidas ocidentais adotadas nas últimas semanas, destinadas a cortar paulatinamente os laços econômicos e financeiros com o resto do mundo do país governado por Vladimir Putin.

O secretário de Estado, Antony Blinken, declarou à emissora americana NBC News que as sanções globais mergulharam a economia russa em uma "profunda recessão".

"E o que estamos vendo é uma provável contração da economia russa de cerca de 15%", completou.

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