EUA sanciona empresas chinesas e norte-coreanas por violações aos direitos humanos
As acusações são voltadas para o mal uso dos softwares
Os Estados Unidos incluíram nesta sexta-feira (10) uma empresa de software chinesa e um estúdio de animação norte-coreano em sua lista negra ao impor sanções a funcionários e entidades de oito países por abusos contra os direitos humanos.
O Departamento do Tesouro americano declarou que a empresa chinesa de inteligência artificial SenseTime e dois líderes políticos da etnia uigur na região de Xinjiang, Shohrat Zakir e Erken Tuniyaz, participaram da opressão generalizada contra essa minoria étnica de religião muçulmana.
A pasta acrescentou que os programas de reconhecimento facial da SenseTime foram desenvolvidos, em parte, para serem utilizados em Xinjiang contra os uigures e outras minorias majoritariamente muçulmanas, das quais mais de 1 milhão de membros foram enviados para campos de prisioneiros na região.
"A detenção maciça de uigures é parte de um esforço das autoridades [chinesas] para utilizar as prisões e a vigilância baseada em dados para criar um estado policial na região de Xinjiang", assinalou o Tesouro americano.
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Washington também acusou a empresa de animação administrada pelo governo da Coreia do Norte, SEK Studio, e outras companhias e pessoas vinculadas à mesma, de explorar os trabalhadores norte-coreanos para obter divisas e evitar sanções ao país.
A produtora SEK Studio tem reputação internacional e contribuiu com trabalhos em filmes de animação de grande orçamento, como "Pocahontas" e "O Rei Leão", dos estúdios Disney.
Também foi sancionado o ministro das Forças Armadas Populares da Coreia do Norte, Ri Yong Gil, como parte do primeiro pacote de sanções dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte desde que o presidente Joe Biden tomou posse do cargo em janeiro.
Em outras ações para comemorar o Dia dos Direitos Humanos, o Tesouro americano acrescentou à lista negra quatro dirigentes regionais e três organizações vinculadas com o Ministério da Defesa de Mianmar, aos quais acusa de participação na "repressão brutal" contra o povo birmanês.
Também incluiu uma unidade de segurança interna de Bangladesh, o Batalhão de Ação Rápida, acusada de participar de cerca de 600 execuções extrajudiciais desde 2018.
Paralelamente, o Departamento de Estado dos EUA anunciou nesta sexta a inclusão em sua lista negra de 12 funcionários de China, Uganda, Belarus, Bangladesh, Sri Lanka e México "por participação em graves violações dos direitos humanos".
"Estamos decididos a colocar os direitos humanos no centro de nossa política externa e reafirmamos este compromisso mediante o uso de ferramentas e das autoridades apropriadas para chamar a atenção e promover prestação de contas por violações e abusos dos direitos humanos", afirmou o secretário de Estado Antony Blinken.