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EUA sanciona rede mexicana que fornecia insumos ao Cartel de Sinaloa

Dentre os insumos estava o fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína

Casa BrancaCasa Branca - Foto: Karen Bleier/AFP

O governo dos Estados Unidos impôs sanções econômicas a uma rede de seis mexicanos e várias empresas pelo fornecimento de substâncias químicas a "superlaboratórios" do Cartel de Sinaloa que produzem fentanil, informou o Departamento do Tesouro americano nesta quarta-feira (22).

Essa rede é "dirigida pelos irmãos Ludim Zamudio Lerma e Luis Alfonso Zamudio Lerma", dois dos sancionados, e "é responsável por desviar precursores químicos ilícitos diretamente para as mãos de membros do Cartel de Sinaloa e operadores de laboratórios", afirma em um comunicado.

O fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína, preocupa muito os Estados Unidos, mergulhados na pior crise de drogas de sua história, com 107.735 mortes por overdose ou envenenamento acidental entre agosto de 2021 e agosto de 2022.

Os irmãos Zamudio Lerma e sua rede "permitem a produção de drogas sintéticas que devastam a vida dos americanos, enquanto enchem os bolsos" do Cartel de Sinaloa, diz Andrea Gacki, diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), uma agência vinculada ao Tesouro, citada na nota.

Os outros sancionados são Ludim Zamudio Ibarra (filho de Ludim Zamudio Lerma), Luis Gerardo Flores Madrid, que trabalha para Ovidio Guzmán López (o filho recentemente preso de Joaquín 'El Chapo' Guzmán) e dois operadores de laboratório: Ernesto Machado Torres e José Santana Arredondo Beltran.

Todos eles estão "envolvidos no comércio ilícito de metanfetamina e fentanil", afirma o Departamento do Tesouro.

Os precursores químicos são usados em superlaboratórios "para produzir fentanil e metanfetamina ilícitos para o Cartel de Sinaloa", acrescenta.

Washington também sanciona vários negócios pertencentes ou ligados à família Zamudio: Aceros y Refacciones del Humaya; Farmácia Ludim; Imobiliária do Rio Humaya; Operadora Zait, Operadora del Humaya e Operadora Parque Alamedas.

Segundo Washington, as sanções foram "estreitamente coordenadas" com o governo mexicano.

Como resultado das sanções, todas os bens e participações em bens das partes sancionadas que estão nos Estados Unidos ou que estão em posse ou controle de americanos são bloqueados.

As sanções chegam poucos dias depois que a diretora da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês), Anne Milgram, pediu ao México que "faça mais" contra os cartéis que controlam o tráfico de opioides sintéticos.

A DEA aponta sobretudo o Cartel de Sinaloa e o Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG) como os dois principais responsáveis pelo tráfico de fentanil e metanfetamina.

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