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America do Norte

EUA suspendem deportação de imigrantes por cem dias

Poucas horas após assumir, Biden tomou medidas para reverter políticas do antecessor

Joe Biden, presidente dos EUAJoe Biden, presidente dos EUA - Foto: Jim Watson / AFP
O governo americano, agora sob comando de Joe Biden, anunciou uma pausa nas deportações de imigrantes pelos próximos cem dias, com algumas exceções.
 
A medida entra em vigor nesta sexta-feira (22), e não valerá para pessoas que entraram no país depois de 1º de novembro de 2020, são suspeitas de terrorismo ou espionagem ou representam riscos para a segurança nacional.
 
A paralisação será feita para que o governo reavalie as regras atuais de imigração, que foi restringida sob o governo de Donald Trump.
 
Poucas horas após assumir, Biden tomou medidas para reverter políticas do antecessor, como suspender a construção do muro na fronteira e encerrar o programa que determinava a solicitantes de asilo que esperassem a resposta no México.
 
Reação
Biden assinou nesta quarta-feira um decreto determinando suspender a construção do muro fronteiriço e apresentará um projeto ao Congresso, que permitirá a naturalização de uns 700.000 jovens que chegaram de forma irregular durante a infância, acompanhando seus pais, um grupo conhecido como "dreamers" (sonhadores). 
 
"O México saúda o fim da construção do muro, a iniciativa migratória a favor do DACA e um caminho rumo à dupla cidadania", escreveu no Twitter o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard.  
 
"Como escreveu o presidente López Obrador há alguns anos ao agora presidente Joe Biden, as pontes abrem caminho para a cooperação e o entendimento", acrescentou. 
 
O governo de Barack Obama havia instaurado um programa conhecido como DACA, que protegia da deportação estes jovens e que o governo Trump queria suspender. 
 
Mais cedo, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, desejou a Joe Biden sucesso em seu mandato nos Estados Unidos, disse compartilhar as prioridades do democrata e destacou que a cooperação binacional deve ser respeitosa da soberania. 
 
"Concordo com suas três propostas principais (...) São muito importantes: o [combate à] pandemia, a reativação econômica e a migração. E já desejando ao presidente Biden que saia muito bem em sua gestão", disse López Obrador nesta quarta-feira, ao iniciar sua coletiva de imprensa matutina. 
 
López Obrador, que teve uma relação estreita com o ex-presidente, o republicano Donald Trump, foi um dos últimos a cumprimentar Joe Biden pela vitória nas eleições de novembro, aguardando a reunião e a confirmação do Colégio Eleitoral, em 14 de dezembro. 
 
À pergunta dos jornalistas, López Obrador afirmou que com Trump teve uma "boa relação em benefício do México" e que sempre foi respeitoso com a soberania mexicana. 
 
Ele confiou em que a relação com Biden "será muito boa" e destacou que a cooperação deve ser "ordenada e respeitosa, que não haja ingerência". 
 
Analistas e opositores advertiram, no entanto, que entre o governo de López Obrador e o de Biden poderiam surgir diferenças nas áreas trabalhista, energética, agrícola e ambiental.
 

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