guerra na ucrânia

Europa se reúne com Zelensky na Moldávia em desafio a Putin

A reunião acontece a poucas milhas da Transnístria, uma região moldávia separatista pró-Rússia

ZelenskyZelensky - Foto: Sergei Supinsky / AFP

Quase 50 governantes europeus se reúnem nesta quinta-feira (1) na Moldávia com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em uma demonstração de força diplomática diante de Vladimir Putin, neste país de fronteira com a Ucrânia e que vive com medo de ações inesperadas Rússia.

Os participantes do encontro estão a apenas 20 milhas da Ucrânia para enviar uma mensagem de apoio às duas ex-repúblicas soviéticas.

Simultaneamente, em Moscou, o governo russo afirmou que as forças ucranianas tentaram "invadir" a região russa de Belgorod e realizaram ataques que deixaram 11 feridos na cidade de Shebekino.

Na Moldávia, Zelensky aproveitou a segunda reunião da Comunidade Política Europeia (CPE) para reforçar seus apelos pela adesão de seu país à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"Cada dúvida que expressamos na Europa é uma trincheira que a Rússia tentará ocupar", afirmou. "Todos os países europeus que fazem fronteira com a Rússia e não querem que a Rússia tire um pedaço de seu território devem se tornar membros da Otan e da UE", enfatizou.

"Estou feliz por estar aqui", disse Zelensky diante das câmeras na Moldávia, antes de agradecer ao povo moldavo "por receber muitos refugiados desde o primeiro dia da guerra".

Em Oslo, na Noruega, os ministros das Relações Exteriores da Otan discutiram hoje precisamente como responder aos apelos ucranianos para a adesão à aliança militar transatlântica.

Foto de família
A reunião acontece no Castelo de Mimi, uma propriedade vinícola na cidade de Bulboaca, a 35 quilômetros da capital Chisinau.

A presidente da Moldávia, Maia Sadu, disse que a cúpula da CPE foi uma "expressão clara da nossa unidade, da nossa força, da nossa determinação em agir (...) como uma única família europeia".

Tal como tinha acontecido na primeira reunião da CPE, no ano passado em Praga, os dirigentes posaram para uma “foto de família”, interpretada como um forte símbolo do isolamento da Rússia e de seus dirigentes.

O local escolhido não é por acaso, já que o encontro acontece a poucos quilômetros da Transnístria, região separatista moldava pró-Rússia.

"A Rússia de Putin se excluiu desta comunidade ao lançar esta guerra contra a Ucrânia", disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

"Espero que a presença de tantos líderes aqui, tão perto da Ucrânia, envie uma mensagem forte sobre a unidade de muitos Estados, não apenas da União Europeia, para defender a ordem internacional", acrescentou.

A CPE é um fórum de diálogo que reúne os líderes dos 27 países da UE, além de Armênia, Bósnia, Kosovo, Macedônia do Norte, Geórgia, Islândia, Noruega, Suíça, Turquia, Reino Unido, Sérvia, Ucrânia, Andorra, Liechtenstein e San Marino.

Os líderes do Conselho e da Comissão Europeia também participam da comunidade.

Esta segunda cúpula da CPE também foi escolhida como cenário para algumas discussões bilaterais, ou em formatos restritos entre líderes.

A cúpula pode, assim, ajudar a reduzir as tensões no norte do Kosovo, onde a violência eclodiu no fim de semana passado entre manifestantes sérvios e a polícia, ferindo 30 soldados da Otan.

O presidente francês, Emmanuel Macron, deve se juntar ao chanceler alemão, Olaf Scholz, para reuniões separadas com os líderes da Sérvia e do Kosovo.

Da mesma forma, os líderes da Armênia e do Azerbaijão, que estão em negociações para encerrar o conflito fronteiriço, têm uma reunião marcada com Macron, Scholz e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Armênia e Azerbaijão estão há três décadas em uma disputa pelo controle da região caucasiana de Nagorno-Karabakh, localizada no Azerbaijão e habitada principalmente por armênios.A cúpula da CEP teve, no entanto, uma ausência notável: a do presidente turco, Recep Teyyip Erdogan.

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