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COVID-19

Europa tenta evitar nova cepa do vírus no Reino Unido

A variante do vírus seria até 70% mais contagiosa

Nova cepa de coronavírus no Reino Unido influencia restrições de voos por parte de outros paísesNova cepa de coronavírus no Reino Unido influencia restrições de voos por parte de outros países - Foto: Niklas Halle'n/AFP

Vários países suspenderam, ou restringiram, os voos procedentes do Reino Unido após a descoberta de uma nova cepa do coronavírus mais contagiosa, uma notícia ruim que coincide com uma boa: a iminente aprovação da primeira vacina na União Europeia (UE).
 
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai presidir nesta segunda-feira uma reunião de emergência para analisar a situação sobre os deslocamentos internacionais e em particular o fluxo regular de mercadorias para e a partir do Reino Unido", enquanto o isolamento do país aumenta.
 
A variante do vírus seria até 70% mais contagiosa, mas não está demonstrado que é mais letal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que também poderia afetar "a eficácia de alguns métodos de diagnóstico".
 
A OMS pediu o "reforço dos controles" na Europa, pois já foram detectados casos da nova cepa fora do território britânico: Dinamarca (9) e Itália, Holanda e Austrália, com um cada.
 
Dentro da UE, mais de dez países interromperam, ou restringiram, as conexões com o Reino Unido durante alguns dias. Além disso, todos os Estados europeus examinam uma resposta comum às conexões marítimas, ferroviárias e terrestres com o Reino Unido.
 
Fora da UE, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Hong Kong, Arábia Saudita, Kuwait, Índia, Irã, Suíça, El Salvador e Israel também suspenderam as conexões com a Inglaterra e os três últimos até com a África do Sul, onde foi descoberta a nova variante do vírus SARS-CoV-2.
 
As autoridades dos Estados Unidos afirmaram que observam "com muito cuidado" a variante do vírus que se propaga no Reino Unido, mas no momento não pretendem proibir as viagens a partir de e para o país.
 
"Fora de controle" 
A nova cepa "está fora de controle", admitiu no domingo o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, que justificou o retorno do confinamento em Londres e no sudeste da Inglaterra. "Será muito difícil mantê-la sob controle até que uma vacina esteja amplamente difundida", afirmou.
 
O Reino Unido já iniciou a campanha de vacinação contra a covid-19 com o fármaco desenvolvido pelos laboratórios Pzifer/BioNTech.
 
Especialistas da UE e dos Estados Unidos afirmaram que as vacinas atuais contra a covid-19 também são efetivas para esta cepa.
 
"Por tudo o que sabemos até o momento, e após discussões entre especialistas das autoridades europeias, a nova variante do vírus não tem nenhum impacto nas vacinas, que continuam sendo eficazes", declarou o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
 
A descoberta da nova cepa não poderia acontecer em um momento pior para o Reino Unido, que também está envolvido nas negociações de sua relação pós-Brexit com a União Europeia, que parecem estar em um beco sem saída.


A situação desalentadora nas áreas de saúde e comercial provocou quedas nas principais Bolsas europeias e a desvalorização da libra esterlina.
 
Também nesta segunda-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deve se pronunciar sobre a vacina da Pfizer/BioNTech, para que a campanha vacinação na UE comece antes do fim do ano.
 
O Comitê de Medicamentos de Usos Humanos (CHMP, na sigla em inglês) da EMA, com sede em Amsterdã, antecipou em uma semana a reunião inicialmente prevista para 29 de dezembro, sob pressão da Alemanha e de outros países que desejam uma decisão rápida.
 
Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, México, Costa Rica, Equador, Arábia Saudita, Israel, Singapura e Suíça já autorizaram a vacina Pfizer-BioNTech.
 
Os Estados-membros da UE pretendem iniciar a campanha de vacinação em 27 de dezembro, uma vez que a EMA autorize o produto.
 
Acordo nos Estados Unidos
Em todo planeta, o coronavírus provocou mais de 1,6 milhão de mortes e infectou mais de 76 milhões de pessoas, de acordo com um balanço da AFP com base em números oficiais dos países.
 
Com 316.202 mortos e 17,65 milhões de casos, os Estados Unidos permanecem como o país mais afetado pela covid-19.
 
As autoridades anunciaram que, a partir desta segunda-feira, disponibilizarão 7,9 milhões de doses a mais para a campanha de vacinação. O presidente eleito Joe Biden será vacinado nas próximas horas.
 
No domingo à noite, democratas e republicanos alcançaram um acordo para votar no Congresso um novo plano de apoio à economia, que era negociado há meses.
 
"Podemos finalmente dizer o que nossa nação precisa ouvir há muito tempo. Mais ajuda (econômica) está a caminho", disse o líder republicano do Senado, Mitch McConnel, confirmando que o pacote de estímulo será de "quase 900 bilhões de dólares".
 
No Brasil, a doença já provocou mais de 186.000 mortes.
 
No domingo, as autoridades do departamento boliviano de Santa Cruz, o mais populoso do país e fronteiriço com o Brasil, informaram um "foco agressivo", que já provocou 1.600 casos em uma semana, o triplo do registrado em novembro.

 

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