Europol alerta que produtos derivados de cannabis estão cada vez mais "potentes"
Os traficantes utilizam métodos cada vez mais diversos para o transporte, com drones, helicópteros ou submersíveis não tripulados.
Os produtos derivados da cannabis estão cada vez mais "potentes" e diversos na União Europeia (UE), advertiu nesta quinta-feira (16) a Europol, acrescentando que alianças entre organizações criminosas fazem surgir novos desafios de segurança no continente.
O tráfico de cannabis na Europa, que gera lucros estimados em 11,4 bilhões de euros por ano (60 bilhões de reais), é o maior mercado de drogas do continente - acima do da cocaína -, segundo um relatório conjunto da agência policial europeia e do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
"As últimas estimativas mostram que 22,6 milhões de pessoas (na UE) de entre 15 e 64 anos consumiram cannabis no ano passado", acrescentou a Europol em um comunicado.
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Os dados mais recentes também revelam um "aumento significativo do potencial" da cannabis a níveis muito mais altos de THC, sua substância psicoativa, declarou a agência com sede em Haia.
O potencial médio da folha de cannabis aumentou 57% entre 2010 e 2021, e a da resina disparou quase 200% no mesmo período, gerando "novas preocupações com a saúde dos consumidores", indicou a Europol.
Além disso, facções criminosas envolvidas no tráfico de cannabis uniram-se para "prestar serviços desde a produção até a distribuição", acrescentou a agência.
Os traficantes utilizam métodos cada vez mais diversos para o transporte, com drones, helicópteros ou submersíveis não tripulados.
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A Espanha é um dos principais países da UE onde se produz cannabis ilegalmente, representando 75% das plantas apreendidas em 2021, segundo o comunicado.
O país também é a principal porta de entrada da resina de cannabis que chega do Marrocos, o maior fornecedor desse produto no mercado europeu.
O cultivo ilegal dessa planta também exerce impacto ambiental devido ao "grande" uso de água e produtos químicos contaminantes, afirmou a Europol.
Um centro de cultivo interno de 500 plantas de cannabis consumiria entre "1,6 e 2 milhões de litros de água por ano", calcula a agência, ou seja, quase tanto como uma piscina olímpica (2,5 milhões de litros).
Vários países europeus, entre eles a República Tcheca, Alemanha e Luxemburgo, apoiaram recentemente a legalização do uso recreativo de cannabis.