Ex-amante do rei emérito da Espanha o acusa de tentar "evitar um julgamento inevitável"
O advogado de Juan Carlos, Adam Wolanski, afirmou durante os dois primeiros dos quatro dias de audiências que os atos denunciados por Larsen "não são assédio"
O advogado de Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn, ex-amante do rei emérito da Espanha, Juan Carlos I, acusou-o de tentar "evitar um julgamento inevitável", ao defender nesta quinta-feira (20) que sua denúncia por assédio pode ser julgada na Inglaterra e incluir atos anteriores à sua abdicação.
Esta dinamarquesa de 58 anos, que teve uma relação com o então monarca entre 2004 e 2009, apresentou uma ação cível em 2020 em Londres, que ainda está em fase anterior ao início de um possível julgamento.
A empresária, divorciada de um príncipe alemão, ainda usa o sobrenome dele, mas também é conhecida pelo nome de solteira, Corinna Larsen.
O pai do atual rei da Espanha, de 85 anos, nega "enfaticamente" tê-la submetido a ameaças, intrusões, perseguição, hackeamento e difamação entre 2012 e 2020 com o objetivo de recuperar os 65 milhões de euros (73 milhões de dólares, 350 milhões de reais na cotação atual) que tinha dado a ela de presente.
Mas seus sucessivos advogados - já trocou de escritório duas vezes neste caso - tentam há dois anos impedir que um tribunal britânico julgue o mérito do caso.
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Depois de conseguir, em dezembro, que o Tribunal de Apelações de Londres reconhecesse a "imunidade" de Juan Carlos até sua abdicação em 2014 em favor de Felipe VI, nos últimos dias sua defesa argumentou que o processo não tem base nem jurisdição na Inglaterra.
É "uma tentativa ampla de evitar um julgamento inevitável", criticou o advogado da empresária dinamarquesa, Jonathan Caplan, que nesta quinta-feira contra-argumentou as objeções do ex-rei uma a uma.
O advogado de Juan Carlos, Adam Wolanski, afirmou durante os dois primeiros dos quatro dias de audiências que os atos denunciados por Larsen, desde pressão para comparecer a festas até vigilância e ataques à sua reputação, "não são assédio".
Mas Caplan disse nesta quinta-feira que "os atos estão ligados, de modo que a totalidade pode ser considerada uma linha de conduta" de "um homem poderoso contra uma única mulher", buscando "obter o controle da demandante e o dinheiro doado".