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Guatemala

Ex-candidata presidencial denuncia plano para assassiná-la na Guatemala

Torres acusou dois deputados de seu partido, o União Nacional da Esperança (UNE)

Bandeira da GuatemalaBandeira da Guatemala - Foto: Pexels/Domenico Bertazzo

A ex-primeira dama Sandra Torres, derrotada em três eleições presidenciais na Guatemala, rompeu o silêncio de sete meses nesta quinta-feira (4) para denunciar um plano para assassiná-la por conflitos internos em seu partido.

"Há dois dias chegou anonimamente até mim um áudio com ameaças reais e contundentes contra minha pessoa", afirmou Torres em um vídeo divulgado nas redes sociais. Trata-se de sua primeira declaração pública desde que foi derrotada no segundo turno pelo atual presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, em agosto de 2023.

Torres acusou dois deputados de seu partido, o União Nacional da Esperança (UNE), de querer eliminá-la para tomar o controle do movimento. Ela divulgou o áudio de uma suposta conversa entre dois matadores de aluguel contratados para matá-la.

Os deputados Adim Maldonado e José Inés Castillo "expressaram sua intenção de me tirar do caminho e ficar com o partido", disse Torres, cujo partido era essencialmente social-democrata, mas sob sua liderança assumiu uma postura mais conservadora e se aliou a partidos de direita.

Ambos os deputados citados se distanciaram de Torres e expressaram apoio ao partido social-democrata Semilla, de Arévalo, que assumiu o poder em 14 de janeiro.

"Eu confio no Ministério Público, apresentei a denúncia correspondente, como deve ser, e tenho certeza que a investigação irá até o fim", continuou Torres no vídeo.

Em coletiva de imprensa, Maldonado classificou as acusações de Torres como falsas, após indicar que estas ações "simplesmente afundam ainda mais a classe política e é por isso que as pessoas estão cansadas deste tipo de show e acusações infundadas".

Por outro lado, Arévalo colocou em dúvida o trabalho do Ministério Público, que, sob a direção da questionada procuradora-geral Consuelo Porras, empreendeu em 2023 uma cruzada judicial contra ele e seu partido, pondo em risco a transição presidencial.

O atual presidente venceu a eleição com ampla vantagem graças a milhares de guatemaltecos que o viam como uma esperança diante da corrupção, um dos males do país, enquanto Torres recebeu o apoio silencioso da elite política e empresarial acusada de corrupção. Ela nunca reconheceu a derrota nas urnas.

A ex-mulher do falecido presidente Álvaro Colom (2008-2012) também foi derrotada em eleições anteriores pelos direitistas Jimmy Morales e Alejandro Giammatei, em 2015 e 2019, respectivamente.

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