Ex-executivos da Samsung são presos acusados de roubar tecnologia para fábrica de chips na China
Um dos suspeitos, de 66 anos, recrutou especialistas sul-coreanos em chips e vazou tecnologias de memória da gigante coreana
A polícia sul-coreana prendeu dois ex-funcionários da Samsung Electronics sob suspeita de roubar tecnologias avaliadas em mais de 4,3 trilhões de won (US$ 3,2 bilhões ou R$ 17,9 bilhões) para construir uma fábrica de chips na China.
A Agência de Polícia Metropolitana de Seul descreveu, nesta terça-feira, como a dupla colaborou com autoridades chinesas locais para construir uma fábrica de semicondutores.
Um dos dois, identificado como um homem de 66 anos com o sobrenome Choi, recrutou especialistas sul-coreanos em chips e vazou tecnologias de memória da Samsung por meio de uma joint venture, informou a polícia em um comunicado.
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Eles não forneceram datas nem identificaram o local na China. No entanto, alguns dos detalhes espelham um caso que veio à tona em 2023, quando as tensões entre Pequim e Washington aumentaram em meio às sanções voltadas ao setor de chips da China.
Naquele caso, um ex-executivo da Samsung foi preso por supostamente roubar projetos para tentar replicar uma fábrica inteira na China.
A Coreia do Sul, como o maior produtor mundial de chips de memória, é um aliado chave de Washington nos esforços para conter as ambições tecnológicas de Pequim. Na terça-feira, a polícia de Seul descreveu o que chamou de uma grave violação de segurança perpetrada através de uma joint venture chinesa, a Chengdu Gaozhen.
Choi atuou como chefe da joint venture e foi auxiliado por um designer de plantas com o sobrenome Oh, segundo a polícia em seu comunicado.
A dupla colaborou com autoridades para produzir chips DRAM de 20 nanômetros no ano passado, afirmou a polícia. Isso não apenas prejudicou a Samsung, mas também “enfraqueceu a competitividade do país enquanto as nações estão em uma guerra global de chips”, disse a agência em sua declaração.
A polícia informou que sua investigação conseguiu interromper a operação da joint venture chinesa, mas ainda está investigando outros vazamentos de tecnologia. Procurados pelo GLOBO, representantes da Samsung não quiseram comentar sobre as prisões.