Ex-militar é condenado a 20 anos de prisão por massacre de indígenas na Guatemala
O massacre ocorreu em 29 de julho de 1982, no município de Santa Cruz El Chol (norte)
Um tribunal da Guatemala condenou nesta quinta-feira (24) a 20 anos de prisão um ex-comandante do Exército e absolveu oito ex-paramilitares, pelo massacre de 25 indígenas, a maioria crianças, durante a ditadura de Efraín Ríos Montt na guerra civil (1960-1996).
"Ao condenado é imposta a pena mínima de 20 anos incomutáveis de prisão", declarou o juiz Walter Mazariegos, presidente do tribunal da capital, ao condenar por crimes contra a humanidade o tenente-coronel reformado Juan Ovalle, 81.
O massacre ocorreu em 29 de julho de 1982, no município de Santa Cruz El Chol (norte), quando soldados e patrulhas civis trancaram um grupo de moradores em uma casa e lançaram explosivos contra eles.
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O ato foi uma represália, depois que os homens da comunidade maya achí se recusaram a se unir às patrulhas de autodefesa organizadas pelo Exército para enfrentar os grupos guerrilheiros de esquerda, informaram denunciantes no processo.
A guerra civil de 36 anos deixou 200 mil mortos e desaparecidos, 93% por responsabilidade das forças do Estado, segundo a ONU.
Ríos Montt foi processado por vários casos de massacre de indígenas durante seu regime de facto (1982-1983). Em 2013, um tribunal o condenou a 80 anos de prisão pelo genocídio de indígenas maias, mas a máxima instância da Justiça anulou a sentença.
O general reformado morreu em 2018, aos 91 anos, enquanto o julgamento se repetia sem a sua presença, depois que ele foi diagnosticado com demência.