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Ex-premiê do Paquistão, Imran Khan, é baleado no pé em comício político

O suspeito do ataque foi morto e um segundo homem foi detido pela polícia

Ex-primeiro-ministro paquistanês Imran KhanEx-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan - Foto: Arif Ali / AFP

O ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan recebeu, nesta quinta-feira (3), um tiro no pé, em uma aparente tentativa de assassinato durante um comício político, o que o presidente do país chamou de "tentativa de assassinato odiosa". 

Depois de ter perdido o poder na primavera boreal (outono no Brasil) devido a uma moção de desconfiança, Khan vem liderando uma "longa marcha" até a capital Islamabad desde sexta-feira para convocar eleições antecipadas. 

Khan, um ex-campeão de críquete, foi ferido em um tiroteio perto da cidade de Gujranwala.

"Ele foi ferido no pé, está em condição estável", disse à AFP o assessor de Khan, Raoof Hasan. "Esta foi uma tentativa de matá-lo, de assassiná-lo", acrescentou. 

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, exortou "todas as partes" no Paquistão a "se abster de recorrer à violência" e condenou a tentativa de homicídio contra o ex-premiê Imran Khan. 

A violência não tem cabimento na política e pedimos todas as partes para que abstenham de violência, assédio e intimidação, disse Blinken em um comunicado. 

"Os Estados Unidos estão profundamente comprometidos com um Paquistão democrático e pacífico, e apoiamos o povo paquistanês", acrescentou.

O suspeito do ataque foi morto e um segundo homem foi detido pela polícia, acrescentou o assessor. 

Um vídeo postado nas redes sociais mostra Khan já no hospital em Lahore com um curativo na panturrilha direita. 

Em um tuíte, o presidente paquistanês Arif Alvi denunciou uma "tentativa de assassinato odiosa". 

"Agradeço a Alá que ele está seguro agora, mas ferido por vários tiros na perna, e esperamos que não seja grave", acrescentou. 

O Paquistão sofre há décadas com movimentos islâmicos violentos que questionam a influência do poder central e os assassinatos de políticos marcaram a história do país.

Em 2007, Benazir Bhutto, a primeira mulher moderna a liderar um país muçulmano, foi assassinada em um ataque cujos mentores nunca foram identificados. 

Todos os dias, desde o início desta marcha, Khan, 70 anos, sobe em um contêiner colocado em um caminhão para se dirigir aos apoiadores que chegam das cidades por onde passa. 

Apesar da moção de desconfiança, Khan mantém amplo apoio entre a população. Desde abril, ao deixar a chefia do governo, ele organiza comícios por todo o país, diante de milhares de simpatizantes, para pressionar a frágil coalizão no poder.

Khan continua repetindo que sua queda foi resultado de uma "conspiração" armada pelos Estados Unidos e critica duramente o governo de seu sucessor, Shehbaz Sharif. 

Imran Khan chegou ao poder em 2018, após a vitória nas eleições legislativas do PTI, plataforma populista que mistura promessas de reformas sociais, conservadorismo religioso e combate à corrupção. 

Mas sob o seu mandato a situação econômica se deteriorou e ele perdeu o apoio do Exército, acusado de contribuir para a sua eleição. 

Nos últimos meses, Khan declarou várias vezes que está disposto a morrer por seu país. Sua comitiva havia relatado ameaças contra ele.

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