Ex-presidente francês Sarkozy declarado culpado de financiamento ilegal de campanha
A condenação desta quinta-feira aconteceu no caso conhecido como 'Bygmalion'
A justiça francesa declarou nesta quinta-feira (30) o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy culpado de financiamento ilegal de campanha, por ter excedido o limite de gastos autorizados nas eleições de 2012.
Sarkozy, de 66 anos, se tornou em março o primeiro ex-presidente da Quinta República (regime iniciado em 1958) a ser condenado a um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência em outro processo. A defesa recorreu contra a decisão.
A condenação desta quinta-feira aconteceu no caso conhecido como 'Bygmalion', que diz respeito às contas de campanha da eleição presidencial de 2012, que o então chefe de Estado perdeu para o socialista François Hollande.
A presidente do tribunal, Caroline Viguier, leu a decisão antes de pronunciar as penas contra o ex-chefe de Estado, que não compareceu à leitura do veredicto, e contra os outros 13 acusados.
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Ao final do julgamento, que aconteceu em maio e junho, a Promotoria solicitou um ano de prisão, incluindo seis meses de cumprimento obrigatório, pelo que chamou de campanha de "espetáculos ao estilo americano", com gastos sem preocupação.
O excesso de gastos teria sido ocultado em um arranjo financeiro entre o partido governista União por um Movimento Popular (UMP) - atualmente Os Republicanos - e a empresa que organizou os eventos, Bygmalion.
Ao contrário das outras 13 pessoas sentadas no banco dos réus, o ex-chefe de Estado conservador não foi acusado do sistema de cobrança dupla implantado, e sim de "financiamento ilegal de campanha".
De modo concreto, a campanha gastou 42,8 milhões de euros (49,6 milhões de dólares na cotação atual), quase o dobro do limite legal.
"É um conto", afirmou Sarkozy durante o julgamento. "Eu gostaria que explicassem o que fiz a mais na campanha em 2012 do que 2007. É falso!", completou.
O ex-presidente conservador também tem outros processos abertos. A justiça o acusa de corrupção passiva e associação criminosa, entre outros delitos, pelo suposto financiamento líbi ode sua campanha de 2007, que o levou ao Palácio de Eliseu.
A Promotoria Nacional Financeira (PNF) o investiga ainda por tráfico de influência e lavagem de dinheiro, em relação a suas atividades de consultoria na Rússia.