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Peru

Ex-presidente peruano Toledo pede devolução de fiança após se entregar para extradição

O valor pedido por Alejandro Toledo é US$ 1 milhão, referente a sua libertação em 2020

Alejandro Toledo, ex-presidente do PeruAlejandro Toledo, ex-presidente do Peru - Foto: Mandel Ngan / AFP

O ex-presidente peruano Alejandro Toledo pediu às autoridades judiciais dos Estados Unidos a devolução de um milhão de dólares (em torno de cinco milhões de reais, na cotação atual) que pagou por sua libertação em 2020, quando foi preso pela primeira vez no início de seu processo de extradição para seu país, informou a Procuradoria-Geral do Peru neste sábado (22).

“Ele entrou com uma moção (recurso judicial) para ter a fiança devolvida na época em que pediu para ser solto da prisão nos Estados Unidos e cumprir prisão domiciliar na Califórnia”, disse a procuradora do famigerado caso “Lava Jato” no Peru, Silvana Carrión.

"A fiança foi de meio milhão de dólares em dinheiro e quinhentos mil, como garantia dos imóveis. Entendo que pela regulamentação americana isso é uma possibilidade (a devolução), isso é regido pelas regras americanas", disse.

Os advogados de Toledo, recluso na Califórnia, apresentaram um escrito ao gabinete do juiz californiano Thomas S. Hixson no qual indicaram que, após se colocar à disposição da Justiça, o dinheiro que ele deu em 2020, quando foi decretada sua prisão domiciliar, deve ser liberado, com a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica.

"Agora que sua prisão ocorreu novamente, ele pediu que sua fiança seja devolvida", acrescentou o advogado, após confirmar que o ex-presidente chegaria a Lima nas próximas horas ou no máximo em dois dias dias, transferido por agentes americanos .

Toledo (77 anos), acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito de um megaescândalo de propinas pagas pela construtora brasileira Odebrecht a políticos, entregou-se na sexta-feira às autoridades americanas, que vão processar a sua extradição para Lima.

Ele é acusado de ter recebido milhões de dólares da Odebrecht em troca de licitações de obras públicas. Os promotores pedem 20 anos e seis meses de prisão.

A Odebrecht reconheceu o pagamento de propina no Brasil e em outros países da região no âmbito da operação "Lava Jato", pela qual estão presos dezenas de políticos e empresários latino-americanos.

Outros quatro ex-presidentes peruanos enfrentam processos judiciais por corrupção: Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018-2020) e Pedro Castillo (2021-2022).

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