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"Exemplo de força, vigor e encorajamento": familiares e amigos lamentam morte de Dona Sevi

Velório acontece nesta sexta-feira (3), no Santuário de Nossa Senhora da Conceição

Velório de Dona Sevi, uma das organizadoras da Festa do MorroVelório de Dona Sevi, uma das organizadoras da Festa do Morro - Foto: Ricardo Fernandes/ Folha de Pernambuco

Familiares e amigos de Severina Paiva de Santana, mais conhecida como Dona Sevi, prestam suas últimas homenagens a religiosa, uma das organizadoras da Festa do Morro da Conceição, que morreu nessa quinta-feira (2), aos 88 anos.

Ela estava internada no Hospital Alfa, em Boa Viagem, na Zona Sul, desde 10 de outubro, após sofre um AVC seis dias após o aniversário. O velório acontece nesta sexta-feira (3), no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife.

No local, Marta e Vívian Ferreira, mãe e filha, de 70 e 50 anos, respectivamente, lamentam a perda da amiga. Para elas, este é um momento doloroso da partida de alguém que contribuiu veementemente com a obra da fé, no Morro da Conceição.

“Falar em Sevi, que caminhou comigo nessa luta dos mais pobres, dos mais necessitados, é uma honra, um privilégio. É uma pena que tenha ido ainda tão jovem, porque eu dizia pra ela que queria comemorar os 100 anos dela. Nunca vi tanto vigor, tanta coragem, uma mulher tão forte", disse Marta.

"Quando ela cantava a música “A Barra do Dia” na missa das 4h, no dia 8 de dezembro, aqui no morro, era uma apresentação única. A voz de Servi era forte, cheia de fé, de coragem, de força. Sevi trabalhava como uma menina de 20 anos. Era incansável”, completou Marta, emocionada.

 Na foto, Vivian de Oliveira (esquerda) e Marta Ferreira, amigas da falecida e voluntárias da Festa do MorroNa foto, Vivian de Oliveira (esquerda) e Marta Ferreira, amigas de Dona Sevi e voluntárias da Festa do Morro. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Dona Sevi chegou no Morro da Conceição aos 17 anos. Vinda do município de Ferreiros, na Mata Norte de Pernambuco, ela veio tentar melhores condições de vida no Recife.

“Ela sempre foi exemplo de força, de vigor, de encorajamento. Dona Sevi deixa em nós uma marca indelével no coração. Vai ser difícil. Nós estamos muito tristes, mas com a certeza de que Deus já a acolheu em seus braços. Ela tinha muito amor pela juventude e fazia questão de dizer isso”, disse Vívian Ferreira, ainda sem acreditar na morte da amiga.

Vívian acompanhou a trajetória de Dona Sevi, que escreveu três edições do livro “Aos Pés da Santa: A História de um Povo”, que aborda a persistência da fé no Morro da Conceição, e relata sobre a relação de amizade com a companheira de fé, que era firme em seus posicionamentos.

“Ela é, para mim, muito mais que uma amiga, era colo, era aconchego, era afago. Ela reclamava quando tinha necessidade de reclamar para nos encorajar, mas, acima de tudo, era muito amor”, completa.

O pároco da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Emerson Borges, comentou sobre a simbiose das histórias entre Dona Sevi e o Morro da Conceição. 

“Estamos vivendo a grande perda com a ausência física dela, partindo para a eternidade. E a história desse morro tem muito a dizer sobre a história de Dona Sevi. É algo que está entrelaçado. Até o livro que ela tem fala muito desses relatos, da sua fé, aqui, no Morro da Conceição, o seu carinho e a sua devoção à Nossa Senhora. A partir de agora, ficam o legado e o exemplo”, afirma o religioso.

Padre e pároco Emerson BorgesPároco Emerson Borges. Foto: Ricardo Fernandes/ Folha de Pernambuco

Nas comemorações dos 119 anos do Morro da Conceição, que acontecem no dia 8 de dezembro, a memória de Dona Sevi será lembrada no momento que mais marcou a participação dela na festa, contou o pároco.

“Vamos fazer algumas homenagens, principalmente na missa das 4h, que era onde ela cantava “A Barra do Dia”, quando o sol ia nascendo. Ela tinha essa participação direta na celebração da Santa Missa e, com certeza, nós vamos fazer essa memória, não só na missa das 4h, mas durante todo o dia. Mas a festa do Nossa Senhora da Conceição, este ano, vai ficar com gostinho da saudade da presença dela”, concluiu.

Filha de Dona Sevi, Iacy Paiva comentou sobre a representatividade da mãe e sobre a dor do luto.“Ela era uma pessoa muito linda. Ela ajudava todos. Por isso, a gente tem a intenção de não ter tristeza. Nós não choramos por tristeza, porque ela tem uma participação linda na vida do povo, e vai me deixar com muita saudade. Desde quando ela se internou [em 8 de outubro], que todos oravam. Minha mãe continua viva no nosso coração e de cada um”, disse.

Iacy Paiva, filha da falecidaIacy Paiva, filha da idosa. Foto: Ricardo Fernandes/ Folha de Pernambuco

Durante o velório, serão celebradas duas missas, a última, marcada para as 15h.  Em seguida, o corpo será levado para o cemitério de Casa Amarela, onde será enterrado.

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