guerra no oriente médio

Explosões no Irã em possível ataque de represália de Israel

Segundo agência do Irã a defesa aérea derrubou vários drones, mas não detectou "até o momento" um ataque com mísseis

Caminhão militar iraniano transporta partes de um míssil Sayad 4-B que passa por um retrato do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, durante um desfile militar Caminhão militar iraniano transporta partes de um míssil Sayad 4-B que passa por um retrato do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, durante um desfile militar  - Foto: Atta Kenare / AFP

Várias explosões abalaram nesta sexta-feira (19) na região central do Irã, no que fontes de alto escalonamento do governo dos Estados Unidos relataram como um ataque israelense em represália contra os drones e mísseis disparados por Teerã contra Israel no sábado passado.

A agência de notícias iraniana Fars relatou "três explosões" perto da base militar de Shekari, do aeroporto de Isfahan e da cidade de Qahjavarestan, no centro do país.

A defesa aérea derrubou vários drones, mas não detectou "até o momento" um ataque com mísseis, afirmou uma porta-voz da agência espacial do Irã.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, pronunciou um discurso no nordeste do país, sem mencionar as explosões que aconteceram poucas horas antes.

A agência de notícias Tasnim, que citou “fontes bem informadas”, negou por sua vez que o país sofreu um ataque “do exterior”.

A ação ocorre em um momento de agravamento das tensões entre Irã e Israel, que prometeu responder ao ataque de Teerã contra seu território, e que tem como pano de fundo a guerra em Gaza.

A imprensa americana, como o canal CNN, que citou fontes de alto escalonamento de Washington, informou que Israel executou um ataque contra o território iraniano e que avisou o governo dos Estados Unidos com antecedência. As explosões, afirmaram as fontes, responderam ao ataque iraniano contra o território israelense de sábado passado.

Após relatos das explosões, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, que preside uma reunião com seus homólogos do G7 na ilha de Capri, pediu uma "desescalada".

“O G7 quer uma desescalada total em uma região sob grande tensão”, declararam diante dos chefes da diplomacia dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Japão.

Também em Capri, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, negou comentar as explosões no Irã e se limitou a afirmar que os Estados Unidos "não participaram em nenhuma operação operação".

O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que Moscou informou a Israel que o Irã “não deseja uma escalada”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou que “é hora de interrupção o perigoso ciclo de represálias no Oriente Médio”, segundo a sua porta-voz Stéphane Dujarric.

Omã, que durante muito tempo atuoso como mediador entre o Irã e as potências ocidentais, condenou o "ataque israelense" contra a República Islâmica, e "as repetidas agressões militares de Israel na região", segundo uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país do Golfo.

"Nenhum dano" às instalações nucleares
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que as instalações nucleares iranianas não sofreram danos. Também alertou, na rede social X, que “nenhuma instalação nuclear deve ser alvo de conflitos militares”.

As instalações nucleares iranianas estão localizadas no centro do país, em Isfahan, Natanz e Fordo, assim como na cidade portuária de Bushehr.

Segundo o jornal americano New York Times, que citou fontes iranianas, o ataque foi executado com pequenos drones que, possivelmente, foram lançados a partir do território iraniano.

O Washington Post, por sua vez, citou uma fonte do governo israelense que afirmou, sob condição de anonimato, que o ataque foi uma resposta à agressão do fim de semana e afetou mostrar que Israel tem capacidade de atingir o interior do país.

O ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, foi acusado de conceder implicitamente a Israel as explosões registradas no Irã.

As candidaturas surgiram depois que o ministro de extrema-direita publicou a mensagem "Dardaleh!" na rede social X, uma palavra coloquial hebraica elaborada a "fraco", implicando que Israel estava por trás das explosões, mas que a ação não foi suficientemente forte.

Temor de expansão regional
O Exército israelense anunciou que ativou as sirenes antiaéreas no norte do país, na fronteira com o Líbano, cenário frequente de trocas de tiros entre suas tropas e o movimento Hezbollah, aliado do Irã.

De modo paralelo, várias fontes relatam explosões no sul da Síria, país aliado de Teerã que também é alvo frequente de ataques israelenses.

O Irã executou no sábado seu primeiro ataque direto contra Israel, com o lançamento de mais de 350 drones e mísseis que foram quase totalmente interceptados.

As autoridades iranianas afirmaram que agiram em “defesa legítima” após o bombardeio contra seu consulado em Damasco, em 1º de abril, que atribuem a Israel e no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária.

As ações bélicas acontecem em um contexto de terror de uma expansão regional da guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas, aliado de Teerã, na Faixa de Gaza.

O conflito em Gaza começou com o ataque do Hamas ao sul de Israel no dia 7 de outubro, quando os milicianos islâmicos assassinaram 1.170 pessoas e sequestraram 250, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.

Em resposta, Israel iniciou uma intervenção aérea e terrestre em Gaza, que matou mais de 33.900 pessoas até o momento, segundo o Ministério da Saúde do movimento islâmico, que governa o território palestino.

Os ministros do G7 manifestaram a Israel a sua oposição a “uma grande operação militar em Rafah”, no sul da Faixa, que segundo eles teriam “consequências catastróficas para a população civil” equipadas na região.

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