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BRASIL

Extremos climáticos no Brasil visto do espaço: imagens de satélite captaram de enchentes a queimadas

Empresa nacional do segmento geoespacial transforma esses registros em dados e gera alertas e análises através de sua plataforma

Novo Airão: cidade do Amazonas sofreu com a seca, e porto teve que ser interditado Novo Airão: cidade do Amazonas sofreu com a seca, e porto teve que ser interditado  - Foto: SCCON / PlanetScope

O ano de 2024 ficará marcado no Brasil como um período de extremos climáticos, com eventos que chocaram os brasileiros como as enchentes no Rio Grande do Sul, queimadas no Pantanal e a seca na região Norte.

Esses momentos foram captados do espaço pelos 180 satélites da Planet, uma empresa de monitoramento via satélite dos EUA, formada por ex-integrantes da Nasa. A Sccon Geospatial, uma empresa brasileira de tecnologia do segmento geoespacial, transforma essas imagens em dados e informações e gera alertas e análises através de sua plataforma. São mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados monitorados diariamente pelos satélites.

As análises ficam à disposição de mais de 500 instituições públicas como Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e prefeituras, através do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que utiliza imagens de satélite para fortalecer a segurança pública. São mais de 20 mil usuários acessando as informações.

 

As imagens ajudam no monitoramento, por exemplo, de crimes ambientais em operações realizadas pela Polícia Federal. Ou por agentes do Ibama para fiscalização de áreas que estejam sendo degradadas. A comparação diária das imagens geradas pelos satélites permite identificar o crime ambiental.

Entre alguns exemplos de como essas informações já ajudaram em operações ambientais, está o do Corpo de Bombeiros de Brasília. A corporação já utilizou o programa para monitoramento ambiental, combate a incêndios florestais (incluindo o do Parque Nacional do Distrito Federal) e controle de enchentes. As imagens de alta resolução permitiram identificar a dimensão e delimitação de áreas queimadas, avaliar diariamente a evolução das chamas, além de fornecer informações para as tomadas de decisões operacionais.

 

O Mato Grosso, que abriga biomas como o Cerrado e o Pantanal e onde a extensão geográfica de mais de 900 mil quilômetros quadrados torna-se um desafio para as ações de fiscalização ambiental, também já vem utilizando dados da plataforma. Com essa ferramenta, a Polícia Militar Ambiental do estado aumentou as autuações por desmate ilegal.

Já na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo, a Guarda Ambiental intensificou suas operações contra o desmatamento, crimes ambientais e invasões de terras ao aderir ao programa. A Guarda atua principalmente em áreas de preservação do bioma Mata Atlântica, incluindo o Parque Estadual Serra do Mar. Os dados ajudam na detecção de mudanças na cobertura do solo, por exemplo. Em Belo Horizonte, a Guarda Civil Municipal utilizou as imagens na prevenção de invasões em áreas públicas.

Os dados gerados pela plataforma já ajudaram a Polícia Civil do Amapá a proteger terras indígenas na região. Em operações com a participação da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros houve prisões em flagrante, apreensão de madeira extraída ilegalmente, de motosserras e armas de fogo, usadas para caça ilegal.

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