Pela primeira vez, Pernambuco vai fornecer fardamentos a detentos
Roupa serão confeccionadas em unidades prisionais. Fábricas de malharia e concreto serão implantadas no sistema
Pernambuco vai confeccionar fardamentos para todos os detentos do Estado pela primeira vez. O governo vai implantar cinco novas fábricas dos ramos têxtil e de artefatos de concreto no sistema prisional até o próximo ano. Nas plantas, trabalharão detentos dos regimes fechado e semiaberto.
A expectativa é aumentar, até 2026, de 34% para 40% o número de presos trabalhando ou estudando no Estado. Atualmente, há 29 mil presos no sistema prisional. Desses, 14% trabalham e 20% estudam. O governo pretende aumentar essa meta diante da proximidade de batê-la.
As fábricas de malharia e de artefatos serão instaladas em unidades prisionais da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do Interior do Estado. O governo ainda não divulgou os endereços, que não foram definidos.
No setor de concreto, serão produzidos blocos que servirão para a pavimentação de espaços públicos.
O Governo do Estado deverá implantar 15 novas fábricas ao todo até 2026.
Fardas padronizadas
|Hoje um total de 1.500 peças de bermudas e camisas está sendo confeccionada por 24 detentos e detentas do Presídio de Santa Cruz do Capibaribe e da Colônia Penal Feminina de Buíque (CPFB), ambos no Agreste do Estado.
A primeira unidade a receber as vestimentas padronizadas confeccionadas no sistema prisional será o Presídio Policial Penal Leonardo Lago (PLL), no Complexo do Curado, no Recife, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
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A estimativa do governo é de fabricar 280 mil peças por ano para os 25 estabelecimentos penais.
Além de Santa Cruz e de Buíque - além das cinco novas -, a Seap abrirá uma fábrica na Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS), em Caruaru, no Agreste, cuja obra e instalação de equipamentos estão em andamento.
Até junho de 2025, todos os privados de liberdade dos regimes fechado e semiaberto estarão uniformizados, ainda segundo a Seap.
Redução da criminalidade
A implantação das fábricas é uma das metas do programa Juntos pela Segurança, visando a absorver a mão de obra prisional. O objetivo é contribuir com a redução da criminalidade.
O secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes, visitou ações similares em outros estados.
"Conhecemos as melhores experiências em trabalho prisional do País. Vamos aumentar o número de detentos trabalhando e levar a todo o Estado o impacto positivo dessas fábricas e dessa mão de obra extremamente qualificada", explicou.
Detentos que atuarão nos postos de trabalho têm direito à remição de pena de um dia a menos a cada três trabalhados e a 75% do salário mínimo.