Facebook faz acordo para encerrar processo sobre escândalo da Cambridge Analítica
Termos financeiros não foram revelados. A ação coletiva está suspensa por 60 dias até que haja consenso por escrito entre as partes
A Meta encerrou um processo de longa data que alegava que o Facebook compartilhava ilegalmente dados de usuários com a empresa de pesquisa Cambridge Analytica. Esta semana, o governo brasileiro multou em R$ 6,6 milhões a rede social pelo escândalo envolvendo a consultoria britânica.
O acordo preliminar segue a revelação, feita no mês passado, de que o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, teria que enfrentar horas de interrogatório. O processo judicial também mostrou que a diretora de operações Sheryl Sandberg teria que testemunhar. Os depoimentos estavam programados para ocorrer até 20 de setembro.
Os termos financeiros do acordo não foram revelados. Na audiência de sexta-feira, os advogados de ambas as partes pediram ao juiz responsável pelo processo que suspendesse a ação coletiva por 60 dias para “facilitar o processo de finalização de um acordo por escrito” e apresentá-lo ao tribunal para aprovação preliminar.
Leia também
• Mark Zuckerberg é processado por caso Cambridge Analytica
• Facebook é alvo de processo por violar dados no caso Cambridge Analytica
• Envolvida no escândalo Facebook, Cambridge Analytica cessa operações
Os usuários processaram o Facebook em 2018 depois que foi revelado que a empresa de pesquisa do Reino Unido ligada à campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, obteve acesso aos dados de até 87 milhões de assinantes da rede de mídia social.
Antes do julgamento, em batalhas árduas sobre o compartilhamento de informações, os advogados dos consumidores ganharam força para vasculhar os registros internos da empresa para respaldar suas alegações de que o Facebook não protegeu os dados pessoais de seus usuários.
Se tivesse perdido o caso, a empresa-mãe do Facebook poderia ter um prejuízo de centenas de milhões de dólares.
Procurada pela reportagem, a Meta se recusou a comentar o acordo.
O Facebook argumentou que divulgou suas práticas em acordos de usuários. Também havia dito que qualquer pessoa que compartilhasse suas informações em uma rede social não deveria contar com sua privacidade.