Facebook pagará US$ 14 milhões em ação nos EUA por discriminação no trabalho
A rede social também irá capacitar seus funcionários sobre as medidas contra a discriminação na lei de imigração dos Estados Unidos
O Facebook concordou em pagar até 14 milhões de dólares para resolver um processo do governo dos Estados Unidos, que acusa o gigante tecnológico de favorecer os imigrantes em detrimento dos cidadãos americanos no recrutamento para milhares de postos de trabalhos com altos salários, anunciaram as autoridades nesta terça-feira (19).
Os procuradores americanos alegam que o Facebook "canalizou" postos de trabalho para detentores de vistos ao evitar anunciá-los em sua página web de recrutamento e a aceitar apenas solicitações enviadas fisicamente por correio, ou se negando diretamente a considerar trabalhadores americanos.
A ação, apresentada em dezembro de 2020, representa uma nova frente na crescente pressão judicial, regulatória e antimonopólio sobre o gigante das redes sociais, que chega a bilhões de pessoas em todo o mundo com suas plataformas.
"O Facebook não está acima da lei e deve cumprir com as [proteções] de direitos civis federais de nossa nação", assinalou a procuradora-geral adjunta Kristen Clarke em um comunicado.
A companhia, por sua vez, escreveu em outra nota que acreditava "firmemente" que estava cumprindo com os requisitos do governo federal, mas concordou em encerrar o litígio e "seguir em frente".
"Essas resoluções nos permitirão continuar focados em contratar os melhores colaboradores, tanto dos Estados Unidos como de todo o mundo", afirmou uma porta-voz.
Segundo o acordo do Departamento de Justiça, o Facebook pagará 4,75 milhões de dólares aos Estados Unidos e até 9,5 milhões de dólares às pessoas elegíveis afetadas pela suposta discriminação da companhia.
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A rede social também deve capacitar seus funcionários sobre as medidas contra a discriminação na lei de imigração dos Estados Unidos e fazer mais para recrutar trabalhadores americanos.
A demanda apontou mais de 2.600 postos, com salário médio de 156.000 dólares anuais, oferecidos de janeiro de 2018 até setembro de 2019.
Os procuradores alegaram que a gigante da internet reservou vagas para candidatos com vistos H1-B de "trabalhador qualificado" ou outros vistos de trabalho temporários.
As permissões para trabalhadores qualificados são valiosas para as empresas de tecnologia do Vale do Silício, que buscam engenheiros e outros talentos altamente capacitados, principalmente nos países da Ásia.
O acordo chega em meio à tempestade de críticas que o Facebook enfrenta por conta da denunciante que vazou estudos internos, que mostravam que a companhia sabia que suas plataformas poderiam ser prejudiciais à saúde mental dos jovens.
As autoridades americanas têm lutado para regulamentar as plataformas de redes sociais como o Facebook, em meio à proliferação de acusações sobre como os gigantes tecnológicos invadem a privacidade de seus usuários e proporcionam um espaço para a propagação de informações falsas e perigosas.