Fake news sobre Pix alcançou 87% dos brasileiros, aponta pesquisa Quaest
Mesmo com desmentido do Governo, 67% ainda acreditam na possibilidade de taxação
Uma pesquisa divulgada pela Quaest revelou que 87% dos brasileiros tiveram contato com informações falsas sobre a suposta taxação de transações realizadas por Pix pela Receita Federal. Apesar do desmentido oficial, conhecido por 68% dos entrevistados, 67% ainda não descartam a possibilidade de o governo federal taxar o meio de pagamento no futuro.
A pesquisa entrevistou 1.200 brasileiros entre os dias 15 e 17 de janeiro, com margem de erro de três pontos percentuais. Após críticas às fake news, o governo Lula revogou a portaria que originou as especulações na quarta-feira, 15.
A disseminação de informações falsas sobre o Pix foi amplificada nas redes sociais, com destaque para um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). A gravação, que criticava o aumento do monitoramento de transações financeiras e mencionava o risco de taxação futura, superou 310 milhões de visualizações. No dia 14 de janeiro, antes da publicação do vídeo, a polêmica gerou 5,8 milhões de interações nas redes sociais. No dia seguinte, as menções saltaram para 22,1 milhões, influenciando a decisão de revogar a norma.
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a disseminação de fake news. Em ofício, a AGU afirmou que "manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas" e criticou as ações que causaram "pânico na população".
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Impacto
Interlocutores do Palácio do Planalto reconheceram que o vídeo de Nikolas Ferreira foi determinante para a crise que levou à revogação. O parlamentar ultrapassou Lula em seguidores no Instagram, tornando-se o segundo político mais seguido na plataforma. Aliados do governo temem que a repercussão fortaleça a imagem de Nikolas como uma liderança popular.