Falecido magnata egípcio Mohamed Al Fayed é acusado de estupro, informa a BBC
Acusações foram reveladas em um documentário e um podcast transmitidos pela rede britânica BBC
O falecido bilionário egípcio Mohamed Al Fayed – pai de Dodi, ex-namorado da princesa Diana, e dono da loja de departamentos britânica Harrods – foi acusado de estupro e agressão sexual, revelou uma investigação da BBC nesta quinta-feira (19).
As acusações foram reveladas em um documentário e um podcast transmitidos pela rede britânica BBC, que conduziu uma investigação sobre o empresário, falecido no ano passado, aos 94 anos.
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A rede entrevistou 20 mulheres que acusaram o ex-proprietário da Harrods de agressão e violência em suas propriedades em Londres e Paris, entre os finais das décadas de 1990 e 2000.
Das entrevistadas, cinco acusaram-no de estupro, segundo o documentário intitulado "Al Fayed: Predator at Harrods" (Al Fayed: Um Predador na Harrods, em tradução livre), que será transmitido nesta quinta-feira, juntamente com um podcast.
Al Fayed foi anteriormente acusado de agressão sexual por várias mulheres e a polícia abriu uma investigação em 2015, mas o empresário nunca foi indiciado.
A BBC acusa a Harrods de não ter atuado e de ter tentado encobrir as acusações.
Al Fayed vendeu sua icônica loja de Londres em 2010 ao braço de investimentos do fundo soberano do Catar por 1,5 bilhão de libras (3,6 bilhões de reais na cotação da época).
Os atuais proprietários declararam-se "consternados" com as acusações e pediram desculpas.
"Como empresa, falhamos com os nossos funcionários que foram vítimas e apresentamos-lhes as nossas mais sinceras desculpas", indicaram.
Uma das vítimas, apelidada de Rachel, tinha 19 anos e diz que passou a noite em um dos apartamentos do magnata depois que ele insistiu para que ela trabalhasse até tarde. Al Fayed supostamente a convidou para seu quarto e a fez sentar em sua cama antes de agarrá-la.
"Deixei claro para ele que não queria que isso acontecesse novamente. Não dei meu consentimento [...] Ele me estuprou", explicou à BBC.
Segundo Tony Leeming, ex-executivo da loja de departamentos de luxo, "todo mundo sabia" e os "toques" dados pelo proprietário viraram até motivo de piadas.
"A Harrods é hoje uma organização muito diferente", diz a loja em seu site, acrescentando que em 2023 começou a "chegar a acordos amigáveis" com as vítimas, para "evitar longos processos judiciais".