Logo Folha de Pernambuco

Vacina

Falta seringa para vacina da Pfizer em 3 estados e no DF, diz conselho de secretários

Bahia, Alagoas, Pará e Distrito Federal enfrentam falta de seringas compatíveis com a vacina da Pfizer

Vacina da Pfizer contra a Covid-19Vacina da Pfizer contra a Covid-19 - Foto: Hélia Scheppa/Divulgação/SEI

Leia também

• Variante delta responde por 61% das amostras de vírus do Brasil em rede internacional

• Crianças e adolescentes pernambucanos que ficaram órfãos por causa da pandemia receberão auxílio

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) afirmou que Bahia, Alagoas, Pará e Distrito Federal enfrentam falta de seringas compatíveis com a vacina da Pfizer para a Covid-19.

Assessor técnico da entidade, Fernando Avendanho disse nesta terça-feira (17), em audiência na Câmara dos Deputados, que alguns estados estão com dificuldade de distribuir esta vacina. "Não por falta do imunizante, mas sim por falta do insumo."

O conselho confirmou o nome dos estados após a reunião com os deputados. Segundo o Conass, há "escassez" de seringas apropriadas para esta vacina, mas não há confirmação de interrupção da aplicação das doses.

"Estamos muito preocupados com a questão das seringas, agulhas e diluentes para vacinas da Pfizer. Há uma falta de seringas de 1 ml para aplicação de vacinas da Pfizer", disse Avendanho aos deputados.

Em nota, a Saúde disse que, por causa da falta de seringas de 1 ml no mercado nacional, foi feito acordo com representantes de estados e municípios para uso dos modelos de 3 ml "até o reabastecimento do material".

A pasta afirmou que deve receber 1,6 milhão de unidades na quarta-feira (18). "Até o momento, o ministério distribuiu aos estados e DF 61,9 milhões de agulhas e 26,6 milhões de seringas."

O representante do Conass declarou que há descompasso entre a entrega das vacinas e dos insumos necessários para a aplicação. Ele disse esperar nova compra de seringas pelo ministério.

"Não está sendo tão ágil quanto a entrega da vacina. Os estados já estão nos informando a dificuldade que estão tendo para poder distribuir vacina, porque não tem insumo. Chegamos a um novo problema."

O governo da Bahia disse que o ministério tem feito entregas fracionadas de seringas. "No entanto, até o momento não houve prejuízo na imunização com a vacina Pfizer/BioNTech. A previsão é que a Bahia receba 127 mil seringas nesta quarta-feira", afirma o estado, em nota.

A Secretaria de Saúde do Pará disse que está recebendo menos seringas, mas tem estoque para manter a vacinação. "A Secretaria ressalta que já notificou o MS, que informou que realizaria novo repasse." Procurados, Alagoas e Distrito Federal ainda não se manifestaram.

A vacina da Pfizer é diluída e aplicada em 0,3 ml, por meio de seringas de 1 ml. O relato de falta dos insumos ocorre no momento em que o governo avalia encurtar o intervalo de aplicação das doses da Pfizer de cerca de 3 meses para 21 dias, como é indicado em bula.

A decisão deve ser tomada em setembro, quando a pasta espera ter distribuído imunizantes suficientes, de todos os modelos contratados, para a aplicar a primeira dose em maiores de 18 anos. A pasta ainda avalia a necessidade de uma terceira dose para reforçar a imunização para a Covid-19.

O assessor do Conass pediu cautela na mudança de intervalo entre as doses da Pfizer. Ele defendeu "reduzir, mas não tanto". "Porque pode causar um impacto operacional muito grande na ponta. A gente não quer que falte a segunda dose para as pessoas", disse.

Também durante a audiência na Câmara, a secretária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, defendeu mudanças na forma de distribuição de vacinas da Covid. A pasta deixou de fazer o cálculo com base na população de grupos prioritários de cada estado e passou a entregar as vacinas conforme o número de pessoas acima de 18 anos que ainda deve ser vacinada.

"A gente acredita que com essa modelagem de entregar o quantitativo que falta, a gente consegue reduzir muito essa iniquidade", disse Melo.

O governo de João Doria (PSDB) vem travando uma disputa com o governo federal em torno da quantidade de imunizantes que deve ser enviada ao estado. O ministro Ricardo Lewandoswki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Saúde envie imediatamente a São Paulo a quantidade de vacinas necessárias para garantir a aplicação da segunda dose na população do estado, que já está parcialmente imunizada com a primeira dose.

A secretária de Enfrentamento à Covid reconheceu que a pasta recebeu "alguns questionamentos" sobre a nova fórmula de entrega de vacinas. Sem citar Doria, ela afirmou que as reclamações partem de "algumas pessoas que não entendiam a lógica" da distribuição das doses.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter