Invetsigação

Família de brasileiro baleado nos EUA revela que polícia já localizou e identificou atirador

A mãe de João Pedro, Mônica Marchezani, questiona, por exemplo, o motivo pelo qual a dupla, que faria parte de uma antiga e perigosa gangue latina local, ainda não foi capturada

Estudante já apresenta melhora no quadro de saúdeEstudante já apresenta melhora no quadro de saúde - Foto: Reprodução / Instagram

Cerca de dois meses depois, a Polícia de Chicago (EUA) já identificou os dois bandidos que aparecem em câmeras de segurança numa suposta tentativa de assalto, no bairro de Logan Square, que terminou com o brasileiro João Pedro Marchezani, de 23 anos, baleado na nuca. As informações são da família, que, enquanto isso, relata que tem recebido poucas atualizações por parte dos investigadores.

A mãe de João Pedro, Mônica Marchezani, questiona, por exemplo, o motivo pelo qual a dupla, que faria parte de uma antiga e perigosa gangue latina local, ainda não foi capturada. Esta semana, ela diz que irá à delegacia em busca de mais explicações para o caso.

— Vamos conversar essa semana com a polícia para ver se eles possuem mais alguma informação — comentou a mãe de João Pedro ao GLOBO. — Ao mesmo tempo que queremos acreditar que a polícia está fazendo um bom trabalho, achamos estranho saberem quem são e não prendê-los. Ao mesmo tempo, ficamos inseguros. Também não sei se, por serem gangbangers, há outra investigação correndo e, nesse caso, a polícia estaria tomando cuidado para não deixá-los escapar… confesso que estamos nos sentindo perdidos em relação a isso.

Os detetives já sabem quem é o gangbanger de moletom preto, que nas imagens de câmeras de segurança aparece pilotando a moto que arma a cilada para o carro onde estavam João Pedro, a namorada e outros três amigos. Além disso, de acordo com informações dadas à familia, os investigadores já sabem, inclusive, onde vive em Chicago o segundo suspeito, de casaco vermelho, que é quem aparece atirando oito vezes contra o carro, atingindo o brasileiro.

— Apesar das imagens, eles justificam que precisam de uma das vítimas para reconhecer ou alguém que tenha visto o crime — contou Marchezani. — A polícia colheu depoimentos apenas na cena do crime, mas depois, ligou apenas duas vezes para o motorista do carro onde meu filho estava, se não estou enganada. Mas, depois disso, nunca mais chamou ninguém para depor ou tentar reconhecer os criminosos.

O pouco que se sabe até o momento é que os dois homens fariam parte de uma gangue latina local, conhecida como Cobras (YLOC), que há muitos anos se expande e disputa territórios com outras quadrilhas rivais naquela região de Chicago. Mas, por enquanto, nem isso a polícia confirma ainda. Em contato com os Marchezani, o detetive responsável pelo caso revelou que trata-se da primeira vez que a delegacia recebe um caso onde uma dessas gangues ataca dessa forma um civil, uma pessoa comum, apesar de, entre as próprias quadrilhas, casos como estes acontecerem quase que diariamente.

Recuperando-se de uma forma que tem chamado atenção até dos médicos, João Pedro Marchezani, que passou um mês em coma induzido, já despertou, recuperou a consciência, e hoje, através de sessões de fisioterapida, luta para, aos poucos, recuperar os movimentos do corpo. Como a bala atravessou sua cabeça, causando um inchaço no cérebro — o que motivou uma cirurgia de retirada temporária de parte do crânio —, ainda é uma incógnita se ele terá sequelas permanentes ao fim da recuperação. Por enquanto, ele continua sem enxergar e com pouca sensibilidade do lado esquerdo do corpo.

Toda a batalha pela vida do rapaz é registrada diariamente por Monica em sua rede social, como se fora um diário. A última grande notícia é de que o rapaz, que há pouco estasva no CTI, irá receber alta e poderá continuar o tratamento em casa, em Ohio, num ambiente que precisará ser totalmente readaptado. A ideia era de que ele pudesse ir já nesta sexta-feira (19), mas, por uma questão de logística do hospital, a tendência é de que ele seja liberado no fim da semana seguinte.

— O João morava em Chicago, onde ele alugou o apartamento com a namorada, mas vai voltar a morar com a gente, em Ohio. Nossa casa é alugada, tem três níveis, e o João vai ficar no 3° nível, onde ficam os quartos e o banheiro. O quarto é amplo, vamos receber uma cama hospitalar para ele, cadeira de rodas, cadeiras de rodas assento sanitário, temos barra no banheiro, cadeira de rodas para banho e vamos colocar rampas portáteis. Como ele ainda não fica sentado por muito tempo, essas são apenas as primeiras adaptações — contou a mãe. — Estamos procurando uma casa térrea, mas está difícil de encontrar.

Outra preocupação neste momento está em relação ao transporte de João Pedro até Ohio — são mais de 400 quilômetros de distância de um estado para o outro.

— Talvez o transporte dele para Ohio seja aéreo, porque ele não fica sentado por muito tempo e a viagem para Ohio de ambulância seria muito longa — acrescentou.

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