Família de jovem baleado após pisar acidentalmente no pé de traficante autoriza doação de órgãos
Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, teve morte cerebral confirmada pelo Hospital Geral de Nova Iguaçu
A família de Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, autorizou a doação de órgãos do jovem, baleado na cabeça após pisar acidentalmente no pé de um traficante durante um baile de réveillon.
O caso aconteceu na comunidade do São Sião, em Queimados, na Baixada Fluminense. Kauan teve a morte cerebral confirmada na noite de quinta-feira no Hospital Geral de Nova Iguaçu, onde estava internado no CTI.
Segundo os médicos, o tiro atravessou o crânio do rapaz, provocando perda de massa encefálica e agravando seu estado de saúde.
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Sonhos interrompidos
Kauan era jogador de futebol amador e atuava como goleiro no Clube Atlético Barra da Tijuca. Com o sonho de se tornar profissional, ele treinava desde os 11 anos, e também alimentava o desejo de ingressar no Exército como paraquedista.
O rapaz chegou a jogar pela escolinha do Zico. No dia 31 dezembro, antes da tragédia, o jovem mostrou para o pai uma mensagem de convocação para se apresentar nas forças armadas.
— Meu filho era cheio de sonhos. Ele era atleta desde criança, um menino carinhoso e cheio de vida. Pisou no pé e tiraram a vida dele por isso? Não podiam ter feito isso com meu filho — lamentou Renato, pai da vítima, muito emocionado, durante entrevista ao RJTV.
Segundo parentes, Kauan passou a virada do ano com a família em casa e, posteriormente, foi ao baile acompanhado do tio e dos primos, apenas a dois minutos da residência em que morava, na comunidade em que o crime aconteceu.
Durante a festa, que estava lotada de acordo com testemunhas, ele teria pisado acidentalmente no pé de um traficante conhecido como 'De ferro', que não reagiu bem ao pedido de desculpas do jovem e atirou contra ele.
— Tudo aconteceu muito rápido, durou cerca de 15 minutos. Ele passou a virada em casa com a família e, depois, foi ao baile. Lá, por estar muito cheio, pisou sem querer no pé do traficante, que atirou nele na frente de todo mundo. Kauan era um menino bom, educado. Ele não era envolvido com nada e morava a dois minutos do local onde estava acontecendo o baile. Era um menino jovem que só queria se divertir. O bandido atirou para matar. A intenção era tirar a vida dele por um motivo bobo — contou a tia.
Agentes do 24º BPM (Queimados) foram acionados e se deslocaram para o local da tentativa de homicídio. Informações preliminares indicam que o autor do disparo foi um bandido identificado apenas como De Ferro. Ele seria gerente do tráfico na comunidade São Simão. Testemunhas dizem ainda que Kauan chegou a pedir desculpas pelo ocorrido, mas que o bandido não teria aceitado.
Kauan Galdino era o filho mais velho de dois irmãos. Ele jogava como goleiro no Clube Atlético Barra da Tijuca havia pouco mais de um ano. A família conta que o jovem também chegou a jogar na escolinha do Zico e que, recentemente, se alistou para ser paraquedista do Exército. Ele sonhava se tornar jogador profissional.
— Era um menino cheio de sonhos. Ele tinha tantos planos para realizar... Ele só queria se divertir com a família, e aconteceu essa tragédia — contou uma parente que estava presente no momento em que o jovem foi baleado.
O caso é investigado pela 55ª DP (Queimados). De acordo com a Polícia Civil, agentes fazem diligências para apurar a autoria do crime.