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RIO DE JANEIRO

Família de Zico Barbosa diz que ex-vereador foi morto pelo tráfico do Chapadão

Parentes disseram que família sofreu ameaça nos últimos meses: "Falavam que iam arrancar a cabeça dele"

Ex-vereador Zico Bacana morre após ser baleado na cabeçaEx-vereador Zico Bacana morre após ser baleado na cabeça - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Parentes e amigos do ex-vereador Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana, de 53 anos, e do irmão dele, Jorge Barbosa Tavares, alegam que o político foi morto por traficantes do Complexo do Chapadão, favela da Zona Norte do Rio.

O ex-político foi baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio que faz parte de sua área de atuação, nesta segunda-feira, e morreu. No Instituto Médico Legal, nesta terça-feira, uma familiar do político disse que ao longo dos últimos meses a família sofreu ameaças.

"Eles (seu pai, Jorge, e seu tio, Zico) foram mortos ontem covardemente, na padaria que fica onde eles foram nascidos e criados. Ele se recusava a sair do bairro e afirmava "se eu sair daqui, todo mundo vai precisar sair. Todo mundo! Porque os bandidos querem tomar conta daqui. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar. Porque como policial eu ainda tenho voz”, conta uma parente de Zico.
 

Segundo um amigo da família que não quis se identificar, traficantes colocaram, ao longo dos últimos meses, barricadas cada vez mais perto da casa de Zico como uma forma de deixar as pessoas cada vez mais acuadas.

Um parente de Zico Barbosa diz, ainda, que as ameaças tinham requinte de crueldade e eram feitas por conta de a polícia fazer rondas na área:

"Ele chamava a polícia porque a gente estava vivendo coagido. Eu tive que sair de casa com a minha família porque os bandidos foram na minha porta. Ontem mataram eles covardemente, mas ele sofria ameaça todo dia. Falavam que iam arrancar a cabeça dele".

Em 2020, Zico levou um tiro na cabeça, mas de raspão, enquanto estava em um bar. Na ocasião, homens saltaram de dois carros e passaram a atirar contra Zico, que reagiu. Seguranças que estavam com ele também atiraram. Peritos encontraram 15 marcas de disparos no carro blindado de Zico, que estava estacionado a poucos metros do bar. No chão do estabelecimento comercial, foram encontradas 35 cápsulas de munição. Dois homens foram mortos no tiroteio à época. Um deles era Davison Ferreira da Silva, o Da Roça, integrante do tráfico da favela Final Feliz, uma das que formam o Complexo do Chapadão, e teria participado do ataque.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso, que teve outro morto: Marlon Correia dos Santos. Segundo a Polícia Civil, a perícia foi feita no local e diligências estão em andamento para apurar autoria e motivação do crime.

Deu entrada em óbito no hospital
O ex-vereador foi baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio que faz parte de sua área de atuação, na tarde desta segunda-feira, e morreu. De acordo com o Hospital Municipal Albert Schweitzer, o ex-parlamentar deu entrada já em óbito, às 17h50. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso, que teve outros dois mortos: Jorge Barbosa Tavares, irmão de Zico Bacana, e Marlon Correia dos Santos. Segundo a Polícia Civil, a perícia foi feita no local e diligências estão em andamento para apurar autoria e motivação do crime.

De acordo com a Polícia Militar, agentes do 41º BPM (Irajá) foram acionados para atender ocorrência de disparos de arma de fogo. No local, segundo a corporação, um veículo não identificado parou em um estabelecimento comercial e seus ocupantes realizaram disparos contra o grupo de homens, que estava numa loja. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender os baleados na Rua Enéas Martins, em Guadalupe, pouco depois das 17h.

Zico Bacana e Marlon Correia dos Santos foram encaminhados para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. O ex-parlamentar chegou à unidade já em óbito, enquanto a outra vítima deu entrada na unidade, mas "não resistiu e morreu", segundo a direção do hospital. Já Jorge Barbosa Tavares, que também morreu, foi levado para o Hospital estadual Carlos Chagas, onde deu entrada em óbito, de acordo com a direção da unidade.

Ouvido no caso Marielle; citado na CPI das Milícias
Em 2008, antes de ser eleito, foi citado na CPI das Milícias como um dos chefes de grupos paramilitares que atuavam na regão de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi sequer indiciado. Ele também prestou depoimento um mês após a morte de Marielle Franco. Na época, a DH investigava a presença de milicianos entre seus assessores. Zico e Marielle foram eleitos pela primeira vez em 2015 e ambos ocupavam gabinetes no sétimo andar da Casa na época do crime. Ele sempre negou qualquer relação com o crime.

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