Grécia

Famílias de vítimas de acidente de trem na Grécia denunciam primeiro-ministro às vésperas de eleição

Acusações se estendem a 17 pessoas, entre dirigentes da empresa pública OSE e do grupo privado Hellenic Train, especializado no transporte de pessoas

Kyriakos Mitsotakis, primeiro ministro da GréciaKyriakos Mitsotakis, primeiro ministro da Grécia - Foto: LOUISA GOULIAMAKI / AFP

As famílias das 57 vítimas do acidente de trem ocorrida em 28 de fevereiro na Grécia entraram com uma ação contra o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, entre outros alvos, nesta terça-feira (16), antes das eleições gerais deste domingo.

— Hoje é um dia importante, mais importante do que as eleições de domingo (...). Esta denúncia diz respeito a 16 pessoas — disse Christos Konstantinidis, representante do grupo de familiares em frente ao tribunal de Lárisa, próximo ao local onde ocorreu a tragédia, no centro do país.

A lista de arguidos é encabeçada pelo chefe do Governo e inclui ministros e ex-ministros dos Transportes, de acordo com o deputado. Sua mulher morreu na colisão.

— Com esta denúncia circunstanciada, todos os responsáveis (...) devem ser levados à Justiça.

A lista divulgada inclui, na verdade, 17 pessoas, entre dirigentes da empresa pública OSE, responsável pela rede ferroviária, e do grupo privado Hellenic Train, especializado no transporte de pessoas.

— Lamento que este assunto seja instrumentalizado a poucos dias das eleições — disse o primeiro-ministro em entrevista nesta terça-feira ao canal privado Ant1, garantindo que “a justificada ira dos familiares das vítimas não justifica tal comportamento”.

A colisão frontal entre um trem de carga e um de passageiros que trafegava na mesma via por vários quilômetros evidenciou as graves deficiências da rede ferroviária do país e a demora na modernização dos sistemas de segurança. O trem de passageiros seguia de Atenas para Tessalônica, a segunda maior cidade do país. A maioria das vítimas eram estudantes voltando de um fim de semana prolongado.

O primeiro-ministro inicialmente atribuiu o desastre a um "trágico erro humano", mas depois se desculpou por falhas e mau funcionamento na rede ferroviária. O ministro dos Transportes, Kostas Karamanlis, renunciou no dia do acidente.

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