FAO elabora plano para atenuar impacto do El Niño na agricultura
A organização deu prioridade a uma série de ações em 34 países da África, Ásia-Pacífico e América Latina
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou, nesta quinta-feira (9), um plano de US$ 160 milhões para mitigar o impacto do El Niño na agricultura de mais de 30 países vulneráveis, incluindo nove latinos -americanos.
Vários trabalhos são necessários, como detalhado a FAO em um relatório: distribuir sementes mais resistentes à seca, melhorar a distribuição de água, armazenar antecipadamente medicamentos para o gado, ajudar os pescadores a proteger seus barcos contra a chegada de um temporal, entre outros.
A organização deu prioridade a uma série de ações em 34 países da África, Ásia-Pacífico e América Latina. Neste último, estão previstos projetos na Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru e Venezuela.
No total, 4,8 milhões de pessoas deverão ser beneficiadas até março. O custo global do pacote está estimado em US$ 160 milhões (R$ 784 milhões na cotação atual). Desse total, ainda faltam US$ 125 milhões (R$ 612,5 milhões).
A agência das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura pretende ajudar pouco de um milhão de pessoas na América Latina e no Caribe, com US$ 41,8 milhões (R$ 204,8 milhões) como parte desse pacote.
Conforme explicado em um relatório, já foram lançadas ações "antecipatórias" para mitigar o "impacto esperado da seca" na Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras e Venezuela.
A organização com sede em Roma detalhou que mais de 13 milhões de pessoas na região vivenciaram, recentemente, uma situação de insegurança alimentar, devido a um conjunto de fatores. Entre eles está o impacto socioeconômico da pandemia da covid-19, da guerra na Ucrânia e da temporada de furacões de 2020.
El Niño é uma característica meteorológica no Pacífico que ocorre em média a cada dois a sete anos e, em geral, vai até o final de dezembro. Costuma estar associado a um aumento das chuvas em certas regiões do sul da América Latina, do sul dos Estados Unidos, do Chifre da África e da Ásia Central, o que pode provocar inundações e penetrações de terra.
Ao mesmo tempo, pode causar secas graves na Austrália, na Indonésia, em certas regiões do Sudeste Asiático e na América Central.
De acordo com a FAO, o El Niño afetou cerca de 60 milhões de pessoas entre 2015 e 2016 e forçou 23 países a solicitar ajuda humanitária, em um total de US$ 5 bilhões (R$ 24,5 bilhões).