SAÚDE

Farmacêuticas nacionais planejam desenvolver alternativas acessíveis ao Ozempic a partir de 2024

Venda de novos similares só é possível a partir de 2026 devido à patente

O medicamento OzempicO medicamento Ozempic - Foto: Joel Saget/Getty Images/AFP

A indústria farmacêutica brasileira planeja desenvolver medicamentos similares ao Ozempic a partir de 2024, afirmou o presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Braga Arcuri, ao Globo.

Os genéricos só poderão ser comercializados em 2026, quando expira a patente do produto. Segundo Arcuri, o objetivo é que os produtos sejam comercializados "a um custo mais acessível" que o fármaco citado, hoje encontrado no país por preços que variam entre R$ 700 e R$ 1.000.

Indicado para diabete, o Ozempic faz sucesso pelo seu uso off-label (finalidade diferente da bula) para emagrecimento. Nenhum laboratório nacional produz medicamentos similares a ele ainda.

— As empresas têm interesse em começar a se preparar em 2024, para quando a patente (do Ozempic) vencer em 2026, possam produzir como genérico. E com o preço menor, esse é o objetivo — afirmou o presidente da FarmaBrasil, que representa 12 das maiores farmacêuticas brasileiras.

Hoje, a patente da semaglutida pertence à empresa dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do Ozempic. A partir do momento que o prazo expirar em 2026, outras empresas são autorizadas a vender medicamentos com o mesmo princípio ativo.

— Você não pode vender um medicamento enquanto a patente for vigente, mas pode começar a desenvolver esse medicamento. E as empresas estão se preparando para isso — declarou Arcuri.

O princípio ativo do Ozempic é a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1, que promove a saciedade. O remédio age no corpo imitando um hormônio ligado ao apetite e a alimentação, ajudando a estimular a produção de insulina e, assim, a diminuir os níveis de glicose no sangue do indivíduo. Por conta deste mecanismo, quem usa o remédio sente menos fome e, consequentemente, se alimenta menos e emagrece. No entanto, este medicamento não tem indicação para o tratamento da obesidade.
 

O Ozempic serve para tratar diabetes tipo 2 em pessoas de difícil controle devido ao impacto do peso na doença. Sua administração é feita por meio de uma caneta injetável. Os efeitos colaterais são relacionados ao trato gastrointestinal, como náuseas, vômitos, sensação de plenitude gástrica, constipação ou diarreia, cefaleia e sensação de fraqueza.

Além do Ozempic, um outro remédio à base de semaglutida para o tratamento da obesidade foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste ano, o Wegovy, também fabricado pela Novo Nordisk. Ele ainda não chegou nas farmácias brasileiras devido à alta demanda. Fora do país, o remédio Mounjaro funciona de forma similar aos dois, mas com a molécula tirzepatida.

Enquanto fármacos antigos proporcionavam uma perda de 6% a 8% do peso, os estudos mais recentes com a molécula semaglutida (do Ozempic e do Wegovy) mostraram uma redução de 17,4%, após 68 semanas. Já a diminuição com a molécula tirzepatida (do Mounjaro) chegou a 25,3% após 88 semanas. Os trabalhos foram publicados na associação médica norte-americana JAMA.

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