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Investigação

FBI diz ter apreendido documentos classificados na mansão de Trump

Documentos estão relacionados a suspeitas de violações da Lei de Espionagem dos Estados Unidos

Casa de Donald Trump na Florida Casa de Donald Trump na Florida  - Foto: Mandel Ngan / AFP

Os agentes federais que realizaram uma operação de busca e apreensão na mansão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Flórida, esta semana, levaram uma quantidade significativa de documentos classificados, de acordo com o mandado judicial divulgado nesta sexta-feira (12).

Os investigadores suspeitam que o ex-presidente, ao estar ilegalmente em posse de documentos classificados, violou uma lei de espionagem dos EUA.

Diversos documentos judiciais foram publicados nesta sexta-feira por um juiz da Flórida: o mandado que autorizava a busca e apreensão e um longo inventário dos documentos recolhidos na segunda por agentes do FBI.

Alguns estavam marcados como "ultrassecretos" e deveriam "estar disponíveis apenas em instalações especiais do governo", diz o mandado judicial federal de sete páginas.

O documento contém uma lista de elementos apreendidos em Mar-a-Lago, incluindo informação sobre o "presidente da França".

O Departamento de Justiça pediu a um juiz da Flórida que levantasse o sigilo do mandado de busca nesta sexta-feira.

O ex-presidente, por sua vez, disse que não se oporia à divulgação do mandado, mas denunciou que estava sendo vítima de uma operação política "sem precedentes", que atribuiu a "democratas radicais de esquerda".

Trump e seus advogados tinham uma cópia do mandado e um recibo que listava os documentos levados pelos agentes do FBI.

O The Wall Street Journal informou que, nas 20 caixas com documentos que foram levadas pelos agentes do FBI, havia pastas com fotos, uma nota escrita à mão e o indulto dado por Trump a Roger Stone, um aliado seu.

O Washington Post, por sua vez, reportou na quinta-feira que alguns dos documentos procurados poderiam estar relacionados com o arsenal nuclear americano.

Trump, no entanto, escreveu nesta sexta em sua rede social, Truth Social, que "o tema das armas nucleares é uma mentira" e assinalou que o FBI poderia ter "plantado informações" em sua residência.

A disposição incomum do Departamento de Justiça de tornar público o mandado de busca, anunciada na quinta-feira pelo procurador-geral e secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, foi bem recebida pelo ex-presidente.

"Não só não me oporei à divulgação dos documentos relacionados com as buscas [...] como darei um passo adiante ao INCENTIVAR a publicação imediata desses documentos", escreveu o magnata na Truth Social. Ele, no entanto, se absteve de divulgar a cópia do mandado judicial que recebeu.

Nomes de peso do Partido Republicano saíram em defesa de Trump e alguns membros do partido acusaram o Departamento de Justiça e o FBI de atuarem politicamente para atacar o ex-presidente.


'Ataques infundados'

Em um ato que parecia ser uma resposta direta à ação do FBI em Mar-a-Lago, um homem armado tentou invadir um escritório do FBI em Cincinnati, Ohio, na quinta-feira.

O agressor, que foi morto a tiros pela polícia após um enfrentamento de uma hora, fez postagens na rede social de Trump afirmando que esperava que suas ações servissem como uma "convocação às armas".

Durante um breve pronunciamento na televisão, Garland denunciou "ataques infundados" dos republicanos contra o seu departamento e contra o FBI, enquanto o diretor da polícia federal, Christopher Wray, que foi nomeado por Trump, falou de atos de "violência e ameaças contra as forças de segurança".

O Departamento de Justiça normalmente não confirma nem nega se está investigando alguém, e Garland se esforçou para enfatizar que, no caso de Trump, a lei estava sendo aplicada de forma justa.

Em uma postagem feita na Truth Social na quinta-feira, o ex-presidente afirmou que seus advogados estavam "cooperando plenamente" com a Justiça e que "o governo poderia ter o que quisesse" de sua parte, se "estivesse" em seu poder.

Trump também enfrenta investigações judiciais sobre suas iniciativas para não reconhecer o resultado das eleições de 2020 e sobre o seu papel na invasão do Capitólio, cometida por seus simpatizantes, em 6 de janeiro de 2021.

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