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Febre maculosa: 4 animações curtas ensinam crianças a se prevenir da doença; veja vídeo

Material foi criado por pesquisadores da Universidade de São Paulo de Ribeirão preto

Saiba mais sobre a febre maculosa, que matou 4 pessoas em SP este mêsSaiba mais sobre a febre maculosa, que matou 4 pessoas em SP este mês - Foto: Prefeitura de Jundiaí

O surto de febre maculosa no Estado de São Paulo já vitimizou 9 pessoas. Segundo o governo paulista foram registrados 19 casos da doença. Ela é uma infecção causada por bactérias do gênero Rickettsia. A transmissão ocorre pela picada do carrapato Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela.

Uma das principais preocupações de agentes de saúde é transformar as crianças em agentes ativos na prevenção da febre no Brasil e, assim, ajudar a combater o surto recente. Para isso, pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP), com a ajuda da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( FAPESP), criaram uma série de quatro animações curtas para crianças entre 6 e 12 anos de idade acompanhadas de um manual para educadores, com sugestões de atividades a serem realizadas antes e depois da exibição em sala de aula.

“Optamos por trabalhar com crianças, uma vez que elas costumam brincar em áreas de risco e entrar em contato com o carrapato-estrela [transmissor da bactéria Rickettsia rickettsii, que causa a febre maculosa brasileira] e devem estar conscientes da importância da auto-inspeção, que é a busca do aracnídeo no corpo para a retirada correta, que evita a contaminação”, diz Beatriz Rossetti Ferreira, veterinária, professora de Parasitologia Humana e Patologia Geral da EERP-USP e coordenadora do trabalho.

“Além disso, as crianças podem ajudar a levar o conhecimento para os pais e a família – há diversas referências na literatura sobre seu papel como sujeitos ativos, que questionam, participam e são empoderados, durante o processo de construção do conhecimento”, diz.

No centro da história dos vídeos está Juninho, um menino que gosta de brincar em um campo gramado perto de um lago. Quando a bolinha de seu cachorro cai perto de um lago onde vivem capivaras, ele entra em contato com o carrapato-estrela. Sem imaginar que tipo de animal encontrou no filho ao colocá-lo no banho, a mãe o retira sem maiores cuidados, e o menino contrai a doença.

A partir daí, a série levanta conceitos importantes relacionados, como áreas de risco, transmissor, hospedeiro, infecção, sinais e sintomas (e sua semelhança com doenças como COVID-19, dengue e febre amarela) e, principalmente, a importância do diagnóstico rápido, já que a demora para o início do tratamento com antibióticos pode causar a morte em cerca de dez dias.

Confira os vídeos:
Vídeo 1

Vídeo 2

Vídeo 3

Vídeo 4

Sobre a febre maculosa
A doença não é disseminada de pessoa para pessoa, nem pelo contato com os animais, apenas por meio da picada do carrapato.No Brasil, há 65 espécies de carrapato. Destas, duas são as principais transmissoras da bactéria causadora da doença. O mais frequente e conhecido é o carrapato-estrela. Mas o carrapato-amarelo Amblyomma aureolatum, que infesta cães, também pode transmiti-la.

É importante ressaltar que para um carrapato transmitir a doença, ele precisa estar infectado com a bactéria e isso não ocorre com todos os carrapatos. Infelizmente, não é possível saber se o animal está infectado ou não.

Como evitar a picada do carrapato?
Quem circula por áreas endêmicas da doença deve usar roupas claras que cubram todo o corpo, como calças e blusas com manga comprida. Nos pés, o ideal é utilizar botas, mas se isso não for uma opção, é possível colocar as meias por cima da calça, impedindo que qualquer bicho possa entrar.

Também é importante evitar entrar em locais com vegetações altas, utilizar repelentes carrapaticidas e checar o corpo a cada duas horas na procura por possíveis carrapatos. A maioria dos ataques ocorrem na fase de ninfa, quando os carrapatos são do tamanho da cabeça de um alfinete.

Sintomas da febre maculosa
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da febre maculosa são:
Febre;

Dor de cabeça intensa;

Náuseas e vômitos;

Diarreia e dor abdominal;

Dor muscular constante;

Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;

Gangrena (morte de um tecido) nos dedos e orelhas;

Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória.

Tratamento
O tratamento é feito com antibióticos, que devem ser iniciados imediatamente após o diagnóstico. Ele dura geralmente sete dias e, em muitos casos, é necessária a internação. A demora para iniciar a terapia, ou a não utilização dos medicamentos, aumenta o risco já alto de óbito.

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