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Opinião

Fenearte: 21 anos de poesia, beleza e oportunidades

A arte tem muitas vezes o poder de materializar a poesia em nossas vidas. De tornar belo e de encher de significados não só o ambiente e o dia-a-dia, mas o nosso interior. Entender, reconhecer e admirar sua beleza e força torna a nossa caminhada aqui mais leve e com mais valor. É esse o ensinamento que trago em mim desde o momento que conheci e me encantei com o trabalho dedicado e primoroso envolvendo a arte popular do nosso Estado e toda região. Boa parte da minha jornada foi e segue sendo dedicada a acompanhar, contemplar e ajudar quem dedica a vida a esculpir, pintar, moldar e transformar em belo o que nossos olhos e coração alcançam. 

A trajetória de muitos artesões passou a ser um farol para mim. E foi com o intuito de multiplicar o trabalho deles que há 21 anos decidi tirar do papel uma iniciativa que para mim fazia todo sentido; reunir em um só espaço toda a poesia da arte popular para ajudar não só a vida e os negócios dos artistas, mas de dar visibilidade a um trabalho que merece ser reverenciado. Assim surgiu a Fenearte, a Feira Nacional dos Negócios do Artesanato. A Feira nasceu no ano 2000, fruto de um trabalho coletivo. Apesar das dificuldades financeiras atravessadas na época, a união de pessoas genuinamente engajadas em preservar e difundir nossa cultura fez a diferença ao aliar a produção dos artistas com design e arquitetura, sem esquecer o fomento e apoio aos negócios gerados. Hoje, esse espaço de beleza e oportunidade, se consolidou com a maior feira de artesanato da América Latina.

Após uma ausência de um ano, mais uma consequência da pandemia de Covid-19 em nossas vidas, a Fenearte volta a nos encantar. Neste ano ela tem como tema “É festa no reino da arte”, em justa homenagem ao movimento armorial. Os números atuais mostram a dimensão e relevância que a feira ganhou. Até o dia 19 deste mês deve receber mais de 200 mil pessoas. São estandes de artesões de todos os estados brasileiros e de outros 22 países, que juntos irão movimentar cerca de R$ 40 milhões. 

Ao longo de corredores repletos de todo tipo de arte, se misturam o novo e o histórico. Criações com referências atuais ao lado de peças que remontam e enaltecem as nossas origens. E é essa mistura que conquista e encanta. É esse o valor que temos que proteger e passar para as próximas gerações. Tive a felicidade de despertar nos meus filhos o gosto e o prazer de admirar a arte. É um dos legados que mais me orgulha. Que a Fenearte siga cada vez mais forte e ajudando de forma decisiva a multiplicar o saber e toda a poesia dos nossos artesões. 


*Senador da República


- Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail [email protected] e passam por uma curadoria para possível publicação. 

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